Com mais de 529 casos de coronavírus confirmados pelas secretarias de Saúde em 19 estados, números alarmantes que, infelizmente, só crescem a cada dia, as empresas brasileiras dos mais diversos setores têm anunciado home office para seus funcionários. No setor de tecnologia e inovação, as empresas estão até mais acostumadas com jornadas flexíveis, e não tiveram tanta dificuldade em traçar estratégias de trabalho alternativas durante a pandemia. Mas, com a alta escassez de profissionais qualificados (um déficit de mais de 30 mil por ano, segundo a Brasscom), e urgência em preencher postos, o processo de recrutamento não pode parar.
Neste cenário, as empresas estão apostando mais fortemente em plataformas digitais para seleção de talentos. No CESAR, um dos maiores centros tecnológicos do país, há dezenas de vagas em aberto para serem preenchidas com urgência. Para evitar de paralisar os processos seletivos por conta do coronavírus, os especialistas em gestão de pessoas têm realizado as etapas do recrutamento 100% online. Antes da pandemia, cerca de 40% das entrevistas eram feitas remotamente na organização.
A escassez de profissionais disponíveis no mercado gera contratações para muito além das fronteiras das unidades onde a empresa opera. Muitos dos cargos são preenchidas com profissionais de outros estados e, até, de outros países. “O trabalho remoto e a jornada flexível fazem parte da nossa cultura organizacional. Cerca de 80% da nossa equipe atua com mais flexibilidade. Desta forma, não é incomum realizar processos online. A prática, inclusive, nos ajuda a contratar mais rapidamente, pois nem sempre o profissional tem disponibilidade de vir até nós, principalmente em casos em que ele já está empregado em outra companhia”, afirma Andrea Queiroz, gerente de Gente e Gestão do CESAR.
A primeira etapa do processo é sempre feita por telefone. “A ideia é identificar o perfil e as soft skills dos candidatos, para direcionar melhor as entrevistas”, explica Andrea. Em um segundo momento, é agendada uma entrevista no formato de videoconferência, para que o candidato seja avaliado tanto pelas áreas técnicas quanto de capital humano. “Na prática, não faz diferença entrevistar o candidato ao vivo ou por videoconferência, por exemplo. Tudo que avaliamos é perfeitamente possível de apreender remotamente, desde habilidades de comunicação e postura até conhecimentos técnicos da área de atuação”, complementa.
Com o uso de ferramentas de seleção online, as contratações acabam levando metade do tempo. “O processo é bem mais rápido e cômodo também para o profissional, que não precisa arrumar tempo extra para vir até a unidade do CESAR e pode se preparar melhor para a entrevista”, destaca Andrea.