As inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) encerraram no dia 14 de julho, e hoje o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o número total de inscritos: 4.004.764 estudantes.
O que chama a atenção no número de inscritos é que ele é o menor desde do Enem 2007, que contou com 3,57 milhões de participantes. “É um desespero ver que o número de inscritos deste ano é o menor em treze anos prova. Eu quero ser a primeira da minha família na universidade e sei que esse é um sonho de tantos outros jovens brasileiros mas o Governo Bolsonaro prova mais uma vez que quer acabar com o Exame Nacional do Ensino Médio e consequentemente dificultar a entrada no ensino superior, principalmente dos mais pobres”, pondera Rozana Barroso, presidenta da UBES.
Rozana também reforça que o último Enem ficou conhecido como o mais desigual da história. “E isso aconteceu pela dificuldade do acesso à educação na pandemia e pelo desleixo e a falta de cuidado com as nossas vidas”. A presidenta da entidade também conta que grande parte dos estudantes que não compareceram à prova ano passado por problemas relacionados a COVID não conseguiram a isenção da inscrição. “Recebemos inúmeras reclamações dos estudantes e o Ministério da Educação não fez nada. E nos dias de hoje, com a atual realidade do brasileiro, o valor de R $85 (taxa de inscrição) é muito alto”.
A presidenta da UBES ainda complementa que o descaso com a Educação pode ser percebido além do ENEM. “Há um pouco mais de mês, no dia 1 de junho, nós estudantes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) estávamos comemorando a derrubada do veto do Presidente Jair Bolsonaro ao PL 3477, projeto que garante internet e aparelhos para mais de 18 milhões de estudantes de baixa renda e para 1,5 milhão de professores. Mas o Governo Genocida de Bolsonaro não desistiu de tentar acabar com a Educação e, no dia 6 de julho, ingressou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender lei que prevê garantia de conexão à internet a alunos e professores de escolas públicas”, explica.
“As ações do Governo Bolsonaro demonstram a falta de interesse em proteger e desenvolver a Educação Brasileira. Ele mostra que tem um projeto claro de desmonte do ensino e na destruição dos sonhos de milhares de estudantes brasileiros”, finaliza Rozana.