Representantes do Polo de Confecções do Agreste defendem que as feiras da região devem funcionar em um horário específico, das 05h às 17h. A demanda foi apresentada em uma reunião que ocorreu na tarde desta segunda-feira (29) em Caruaru. Na ocasião, eles avaliaram o Novo Plano de Convivência com a Covid-19, divulgado pelo Governo do Estado na quinta-feira (25), e ressaltaram que o escalonamento das atividades é uma alternativa para minimizar os riscos de contágio e também os impactos econômicos. O grupo também emitiu uma nota conjunta sobre a medida.
A reunião contou com a presença do presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico e Turismo da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Erick Lessa. Ele destacou que muitas autoridades concordam que as características específicas da região devem ser levadas em consideração quanto à adoção das medidas de retomada econômica. “São feiras com dinâmicas próprias, que têm por hábito de funcionamento no sábado, no domingo e na madrugada da segunda-feira. Os representantes do Polo Têxtil aceitaram o decreto com sensibilidade, mas querem contribuir, salientando a necessidade de realização das feiras em um horário específico, para que haja uma diluição da circulação das pessoas e, assim, reduzir a aglomeração, contribuindo com a saúde e com a economia”, avaliou.
Desde o início da pandemia, o parlamentar vem ressaltando que as atividades econômicas da região devem ser implementadas de acordo com o perfil territorial. Lessa tem se empenhado em aprofundar a interlocução entre o setor produtivo e o poder público, para que as definições correspondam à realidade regional. “É preciso uma grande união pelo nosso Polo de Confecções”, disse.
Também estiveram na reunião o presidente da Associação dos Sulanqueiros de Caruaru, Pedro Moura; o empresário Lenilson Torres (Fábrica da Moda e Setor Fundac); e o síndico do Moda Center Santa Cruz, José Gomes Filho (Menininho). Na organização do encontro, foram adotadas as medidas de saúde orientadas pelas autoridades sanitárias, para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Confira a íntegra da nota conjunta:
Nota conjunta
Representantes do Parque 18 de Maio, do Moda Center Santa Cruz e do Parque das Feiras de Toritama
Em virtude das necessidades advindas com a pandemia do novo coronavírus, lideranças do Polo de Confecções do Agreste vêm intensificando o ciclo de diálogo com integrantes do setor nos principais municípios que formam o conglomerado de iniciativas privadas desta matriz econômica do estado de Pernambuco.
Entendendo que é necessário evitar aglomerações e conscientizar a população acerca da adoção de medidas sanitárias preventivas, a exemplo do uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social, para evitar o contágio da covid-19, também destacamos a importância da adaptação das atividades econômicas à nova realidade.
Defendemos também que as medidas devem levarem conta aspectos culturais, econômicos e sociais, visando à preservação da vida em suas mais variadas dimensões. No caso do Polo de Confecções do Agreste, formado por mais de 20 municípios, é necessário destacar as especificidades de horário do funcionamento das feiras, caracterizado por comercializações englobando clientes de vários estados, com uma dinâmica de interação que inicia nas primeiras horas da manhã.
Quanto ao Novo Plano de Convivência com a Covid-19, divulgado pelo Governo do Estado na quinta-feira (25 de março), vimos sugerir que seja permitida a realização das feiras do Polo de Confecções do Agreste das 05h às 17h às segundas-feiras, para que compradores, vendedores e a sociedade em geral possam ser beneficiadas.
Destarte, compreendemos que o escalonamento das atividades econômicas tem sido apresentado como uma alternativa eficiente para a boa circulação das pessoas, atendendo aos interesses da sociedade, incluindo serviços como o comércio, o ensino e a indústria, sobretudo em um cenário de severa recessão econômica. Também entendemos que o investimento no Polo Têxtil do Agreste é de fundamental importância para a elevação das atividades comerciais e consequente diminuição das desigualdades sociais, gerando emprego e renda, além de ampliar a capacidade de arrecadação tributária do estado.