Apesar de ser um problema de coluna comumente associado a idades avançadas, a escoliose afeta principalmente os adolescentes. A escoliose faz com que a coluna se movimente para os lados e, por isso, pacientes que apresentam a patologia têm a coluna em um formato de S ou de C. Dependendo da intensidade da curvatura, pode ser considerada mais grave ou mais moderada.
Nos adolescentes pode ser do tipo idiopática, quando não tem causa definida ou causada por uma diferença no comprimento dos membros inferiores, de milímetros, que pode levar à escoliose. Ambas precisam de tratamento para não levar à complicações. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos.
Segundo a Sociedade de Pesquisa sobre Escoliose (Scoliosis Research Society), a escoliose costuma afetar meninas com mais frequência do que os meninos, ocorrendo geralmente antes da primeira menstruação.
“A escoliose é frequente nessa fase de crescimento e é preciso ficar atento. Os pais podem ficar de olho para ver a postura dos adolescentes e o alinhamento da coluna”, afirma a fisioterapeuta Walkiria Brunetti.
Quando procurar um médico?
A recomendação da Sociedade de Pesquisa sobre Escoliose é que meninas sejam examinadas para identificar a deformidade aos 10 e aos 12 anos, e que os meninos passem pela mesma avaliação aos 13 e aos 14 anos. “Quanto mais cedo a deformidade for identificada, melhor será a resposta ao tratamento conservador, para que não seja necessária uma cirurgia no futuro”, explica Walkiria.
Escoliose e saúde mental
Além de problemas físicos, como dificuldade para respirar e diferenças na altura dos ombros, a escoliose sem tratamento pode causar problemas psicológicos, uma vez que a patologia afeta a autoestima dos adolescentes.
“A postura incorreta impacta na autoestima, portanto a escoliose não deve ser subestimada. A condição também pode levar os adolescentes a se sentirem excluídos de atividades sociais ou esportivas, por exemplo”, reflete Walkiria. Mais tarde, segundo Walkiria, o principal problema da escoliose não tratada será o surgimento de dores nas costas.
Pilates é um forte aliado
Segundo Walkiria, quando há diferença entre os membros, acima de 6 mm, é recomendado o uso de uma palmilha para corrigir a discrepância. Entre os tratamentos iniciais estão técnicas de fisioterapia postural, como o RPG, Pilates e Cadeias Musculares.
“O fortalecimento da musculatura em torno da coluna ajuda a corrigir a postura e a minimizar os problemas causados pela escoliose. Por deixar a coluna em uma posição neutra, o Pilates traz importantes benefícios aos adolescentes, pois também ensina a manter a postura estável e ajuda no fortalecimento dos músculos do core (aqueles que dão estabilidade para a coluna)”, diz a fisioterapeuta. A consciência corporal é um dos pilares da fisioterapia quando o assunto é escoliose. Por isso, todas essas técnicas podem ser trabalhadas em conjunto para um melhor resultado.
Sem tratamento, o quadro pode evoluir e a curvatura da coluna ficar mais acentuada. Para os casos mais graves, a recomendação é o uso de um colete para a coluna ou até mesmo cirurgia para corrigir o desvio.