Segundo a pesquisa Donos de Negócio no Brasil, análise de gênero (que utiliza dados da Pnad/IBGE de 2016), o número de brasileiras empresárias cresceu 34% entre 2001 e 2014, enquanto o aumento de homens nesta situação, no mesmo período, foi de 14%.
Elas empreendem mais em casa (35%), são mais qualificadas que os homens empresários e dedicam menos tempo ao negócio (34 horas semanais, enquanto os homens trabalham 42 horas por semana). E de acordo com um levantamento da Global Entrepreneurship Monitor 2017 (GEM), em parceria com o Sebrae, mais de 50% dos novos negócios, em 2016, foram fundados por mulheres.
De fato, essa força do empreendedorismo feminino está criando um importante impacto no mercado e na economia. E este cenário é resultado das peculiaridades da mulher, ou seja, de características propriamente femininas que possibilitam essa ascensão no universo empreendedor. Podemos citar algumas:
– Ser multitarefa: em função de lidar simultaneamente com as demandas profissionais e familiares, a mulher já tem a capacidade de conciliar múltiplas atividades aos interesses conflitantes. Isso lhe concede a vantagem de ser flexível e produtiva.
– Antever uma necessidade: por questões socialmente aprendidas, a mulher, desde pequena, já desenvolve o instinto de cuidar, de entender e captar os sentimentos e as necessidades alheias. Este aspecto faz com que a mulher esteja atenta a tudo e a todos, tendo a capacidade de se antecipar em determinadas situações e planejar tarefas voluntariamente.
Nos últimos 50 anos, as mulheres vêm utilizando suas melhores competências para reverter o quadro que lhes é desfavorável, proporcionando ao mercado de trabalho novas maneiras de fazer gestão e alcançar resultados. A persistência é uma das características que pode ser desenvolvida e cultivada, desde que haja vontade e dedicação. Para que o empreendedorismo feminino continue evoluindo, a mulher deve ter atenção a dois aspectos:
– Saber lidar com discriminação e preconceito, afinal, mesmo que esta realidade já esteja mudando, o mundo dos negócios ainda é predominantemente masculino.
– Vencer as expectativas, os receios comuns, assumir o desafio do empreendedorismo, ganhar respeito e ter orgulho próprio, desafiando um cenário em que, muitas vezes, as próprias mulheres têm dificuldade de lidar com seu sucesso.
A verdade é que, hoje, estamos vivenciando a era da sororidade, a união entre mulheres, baseada na empatia e no companheirismo, buscando alcançar objetivos em comum. Esse é um dos vários caminhos para fortalecer a abertura do espaço para a mulher no mundo do empreendedorismo.