A higiene oral na infância e adolescência é de extrema importância, pois é nessa fase que os hábitos são desenvolvidos e podem impactar ao longo da vida. Em 2022, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou o relatório global da situação da saúde bucal, mostrando que cerca de 3,5 bilhões de pessoas, a maioria delas em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, sofrem com doenças orais.
A mestre em Hebiatria e professora do curso de Odontologia da UNINASSAU Olinda, Gabriela Brito, explica que a infância e adolescência configuram-se como fases essenciais para aquisição de hábitos saudáveis que definirão a longevidade e qualidade de vida ao percorrer dos anos. O uso adequado do fio dental e a escovação dentária, como também a orientação profissional, são hábitos essenciais.
“As diferentes faixas etárias são marcadas por algumas principais doenças bucais. De acordo com dados do relatório da OMS citado anteriormente, os dentes de leite das crianças são propensos a cáries, com pico de prevalência por volta dos 6 anos de idade. A cárie permanente aumenta durante a juventude e o início da idade adulta, podendo causar gengivite e periodontite, as quais permanecerão estáveis pelo resto da vida. Na meia idade, a inflamação dos tecidos que suportam os dentes atinge a maioria das pessoas. A sua piora ainda leva ao edentulismo (perda dentária), que é comum em faixas etárias mais avançadas”, ressalta.
A cárie e a gengivite são os principais problemas de saúde bucal causados pela falta de higiene oral. Na infância, muitos pais não se preocupam com os dentes de leite por pensarem que eles não precisam de cuidados. Essa atitude, aliada a uma alimentação rica em açúcares, leva ao surgimento de cáries.
É importante que os pais incentivem e orientem corretamente seus filhos desde cedo, além de acompanharem de perto as visitas ao dentista. “É fundamental que todos os educadores e cuidadores nas creches, escolas e comunidades envolvidas no desenvolvimento infanto-juvenil estejam conscientes da importância da higiene oral. Para isso, é necessário estabelecer parcerias com universidades, unidades de saúde da família e profissionais da Odontologia, de forma a garantir uma instrução adequada sobre a promoção da saúde bucal”, diz Gabriela.