Muito tem se falado sobre a possível relação entre a quantidade de gordura abdominal de uma mulher e a ansiedade. Segundo pesquisa publicada no jornal científico da Sociedade Americana para Menopausa, a quantidade de tecido adiposo pode influenciar as chances de desenvolvimento do transtorno.
Para o patologista e neurologista Beny Schmidt, é muito difícil diferenciar a gordura abdominal do sedentarismo como fator importante para a ansiedade humana. “A comunidade vem discutindo sobre a relação direta do tecido adiposo com a ansiedade. Para mim, esta relação está ligada fundamentalmente a outro fator, o sedentarismo. Este, por sua vez, está diretamente relacionado aos avanços tecnológicos que acredito serem fonte para o transtorno”, explica o especialista.
Segundo Schmidt, a tecnologia vem despontando como a principal razão para o grande aumento global de doenças ligadas à ansiedade. “Acredito que os casos que vêm aumentando em todo o mundo recentemente cursam na mesma velocidade dos avanços tecnológicos que o homem obteve no último século”, afirma.
Hoje, o uso da tecnologia de maneira equivocada e disfuncional no dia a dia é uma realidade para todas as idades. O mundo hiperconectado em que vivemos traz uma série de impactos sociais e psicológicos para o nosso cotidiano, mas alguns deles geram consequências diretas para a saúde da população e até mesmo dependência.
O especialista faz um alerta, já que o acesso irrestrito, excessivo e a qualquer momento destes recursos acaba por potencializar transtornos preexistentes. Para Schmidt, as facilidades geradas pelos avanços tecnológicos têm seu custo e o desafio da sociedade é equilibrar esta balança para aproveitar os benefícios com o mínimo de prejuízo.
“Por meio da internet, dos computadores e dos smartphones, temos respostas imediatas. Os problemas que cruzam nosso caminho precisam ser resolvidos no exato momento em que aparecem. Como não ficar ansioso neste cenário provocado pelo imediatismo gerado pela tecnologia?”, questiona o especialista.