Nos últimos 20 anos, tem ocorrido uma verdadeira revolução no tratamento oncológico. Ou será uma evolução no tratamento? Independente da terminologia, é fato que uma nova perspectiva foi alcançada após a aplicabilidade em maior grau da Imunoterapia como opção de tratamento em alguns tipos de câncer. Essa é, por isso, considerada uma área de estudo fascinante e promissora, que oferece esperança a muitos pacientes oncológicos ao redor do mundo, como explica o farmacêutico oncológico Victor Almeida – com atendimento no NOA (Núcleo de Oncologia do Agreste), em Caruaru.
O farmacêutico destaca que a Imunoterapia tem como finalidade o fortalecimento do sistema imune, estimulando o organismo a atacar as células cancerígenas que, por algum bloqueio anteriormente estabelecido, não permitia que as defesas do corpo funcionassem em sua totalidade, contribuindo, assim, para uma maior ação dessas células malignas. ”A resposta da imunoterapia quando comparada com a do tratamento quimioterápico é mais lenta, porém mais duradoura. Dessa forma, o paciente pode fazer uso dessa opção por um bom tempo, o que faz com que fique mais suscetível a ter reações ao medicamento, ao passo que direciona os esforços da equipe multidisciplinar no seu acompanhamento”.
Victor Almeida acrescenta que, em paralelo a isso, há um incremento na qualidade de vida do paciente, já que, na maioria das vezes, o objetivo da Imunoterapia está associado à transformação de uma doença que outrora seria incurável em uma doença crônica, que o paciente poderá conviver com ela por um bom tempo. “Ela pode ser aplicada em associação com outros medicamentos oncológicos ou com outros imunoterápicos, pois possui como foco a melhoria nos resultados do tratamento, a diminuição do risco de retorno do câncer e, sobretudo, um incremento da qualidade de vida dos pacientes”.
É importante frisar que, não raro, ocorrem reações adversas à utilização desses medicamentos, pois o fortalecimento do sistema imunológico pode levar a uma resposta excessiva que danifica tecidos saudáveis, como relata o profissional. “Entretanto, os resultados alcançados são significativos, a pesquisa permanece contínua e os avanços tecnológicos estão levando a melhorias constantes nestes tratamentos. Diversos especialistas mencionam que muito do sucesso do tratamento que o paciente realiza está relacionado ao acompanhamento individual, respeitando as necessidades específicas, realizado pela equipe multidisciplinar. Ou seja, os pacientes sentem-se mais acolhidos e revigorados para enfrentar um tratamento intenso, difícil e penoso. Nesse contexto, a imunoterapia ganha um contexto de novidade reluzente e um conforto para os pacientes”.
Novos estudos são feitos, todos os dias. Hoje não é difícil encontrar casos de pacientes que estavam desenganados e que, após a utilização de determinados tipos de medicamentos imunoterápicos, ficaram curados. É o que diz o farmacêutico oncológico do NOA. “O que vemos no nosso dia a dia é um incremento na qualidade de vida para muitos pacientes que, anteriormente, não possuíam um tratamento que melhor atendesse à necessidade que o paciente precisava, não obstante esses pacientes conseguem ter uma perspetiva para conviver com a doença sem limitações. Outra conclusão que a prática mostra é que estamos no caminho certo, privilegiando a utilização da imunoterapia para o tratamento oncológico”.
Victor Almeida diz que, como toda novidade, paira ainda muito desconhecimento sobre esses novos medicamentos, sobre quais as razões fazem com que alguns cânceres possuam uma melhor resposta aos tratamentos imunoterápicos em comparação com outros tipos. Por isso, é muito importante que as pesquisas sigam ocorrendo porque ainda há muitas perguntas sem respostas e um grande caminho a ser percorrido, segundo ele.