O ex-coordenador do Mais Médicos, Hêider Pinto, denuncia que o programa vem deixando de contratar profissionais e consequentemente deixando de atender 7,7 milhões de brasileiros que recebiam atendimento médico. “Um completo absurdo isso que estão fazendo com um programa que salva vidas”, protestou o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), ao comentar a denúncia.
Na gestão da presidenta Dilma Rousseff, o programa chegou a ter 18.240 médicos que cobriam 4.058 municípios. Hoje, o número de profissionais não chega a 16 mil cobrindo apenas 3.800 cidades. “Esse governo temerário vem acabando, pouco a pouco, com um programa aprovado por 94% dos usuários atendidos pelo Mais Médicos. Primeiro eles começaram a tirar os médicos cubanos e agora não estão substituindo esses profissionais deixando mais de 7,7 milhões de pessoas sem nenhum tipo de atendimento médico”, lamentou Humberto.
Os números estão disponíveis no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) e confirma uma redução de mais de 12% no quantitativo de profissionais comparado à gestão da presidenta Dilma. Segundo Hêider Pinto, o programa é considerado de grande relevância por vários institutos e pesquisas científicas, inclusive internacionais.
“A ONU reconhece o Mais Médicos como ‘prática relevante’ para o alcance dos ‘objetivos do milênio’. Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) e diversos estudos mostram aumento do acesso e da oferta de consultas à população. Há também pesquisas atestando a melhoria da qualidade do atendimento, alta satisfação dos usuários e melhoria dos indicadores de saúde”, afirmou o ex-coordenado do programa, em recente entrevista .
Segundo o senador Humberto Costa, o Mais Médicos vem sendo atacado permanentemente pelo Governo Temer. “Além de reduzir a abrangência do programa, estão atrasando salários de 700 médicos e interromperam a ampliação de vagas em residência médica e de medicina nas universidades públicas. O presidente não eleito e seu ministro da Saúde também estão retirando os médicos cubanos que atendiam em áreas que os profissionais brasileiros não querem atuar, deixando centenas de comunidades sem nenhum tipo de atendimento”, denunciou o parlamentar petista.