Conhecido como o eterno prefeito de Caruaru, Anastácio Rodrigues tem motivos de sobra para comemorar. Nesta sexta, 11 de maio, ele celebra 90 anos de vida, lúcido e com vontade de continuar realizando. O novo nonagenário também receberá homenagem da Câmara Municipal, durante a sessão solene dos 161 anos de Caruaru, que acontece na próxima quinta-feira (17).
A saúde? “Vai bem”. O coração é de um jovem, disse-lhe o médico recentemente. As pernas, entretanto, sentem o avançar da idade. “O homem começa a morrer pelas pernas”, brinca. Quem pensa que Anastácio está em fim de carreira, engana-se. A depender dele próprio, quer chegar aos 100 anos. “Vale a pena viver. O viver é um sopro divino”, define.
O bom momento que ele vive também tem a ver com o lançamento de sua biografia, “Anastácio: o eterno prefeito”, no mês de março, que se tornou um evento histórico para Caruaru. “Aquela noite foi o maior acontecimento da minha vida. Estou lendo e relendo o livro”, descreve.
Anastácio não pensa em parar. Caruaru pode contar com sua dedicação. O líder estudantil e tipógrafo de jornal, que chegou a ser vereador e prefeito de sua cidade, ainda sonha. Seu maior desejo é ver o Brasil superar as crises que enfrenta hoje. “Como eu gostaria de ver este país no lugar que ele merece, nas mãos de homens dignos, honrados, respeitando o dinheiro público e administrando com amor”.
Anastácio Rodrigues é considerado um dos prefeitos cultos de Caruaru. É bancário aposentado, mas começou a vida como homem de imprensa, no Jornal Vanguarda, aos tempos de José Carlos Florêncio. Foi líder estudantil e, depois, secretário de Educação e Cultura, no primeiro governo João Lyra Filho (1959-1963) – período em que foi construída a maior quantidade de escolas no município.
Em 1963, Anastácio foi eleito vereador, tornando-se líder da oposição ao governo Drayton Nejaim. Ao final do mandato, elegeu-se prefeito pelo MDB, no auge da ditadura militar. Foi um prefeito sério, trabalhador e honesto. A ética e o zelo com os recursos públicos pautaram a sua atuação. No ano de 2008, já distante da política, fundou o Instituto Histórico de Caruaru.