O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior disse, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que fala sobre pagamentos da empreiteira para campanhas estaduais em 60 anexos de seu acordo de delação premiada. Cada anexo pode comprometer um ou mais investigados.As informações são da Folha de S.Paulo e indicam o potencial explosivo nos estados da delação do ex-executivo.
Segundo a reportagem, Benedicto não deu detalhes sobre esses casos porque o ministro Herman Benjamin, relator da ação que pede a cassação da chapa encabeçada por Dilma e Temer, pediu para que ele se ativesse às doações para a campanha da petista e do peemedebista. Foi esse o argumento utilizado pelo ministro quando o ex-executivo afirmou que a Odebrecht doou, em caixa dois, R$ 6 milhões para as campanhas dos tucanos Pimenta da Veiga, derrotado na disputa ao governo de Minas, e Antonio Anastasia, eleito para o Senado, e também para o deputado federal eleito Dimas Fabiano (PP-MG).
Outros R$ 3 milhões, segundo ele, foram repassados ao marqueteiro Paulo Vasconcelos, responsável pela campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB).O senador admite ter pedido apoio ao empreiteiro, mas nega que tenha solicitado doação por caixa dois. Segundo a Folha, o delator contou que tinha relação com todas as legendas e era o responsável dentro da empresa por receber as demandas estaduais.
Já os pedidos das campanhas presidenciais ficavam a cargo de Marcelo Odebrecht, dono da empreiteira. Benedicto declarou, ainda, que as doações em caixa dois não eram necessariamente pagamento de propina – algumas contribuições não eram contrapartida por benefício alcançado.