Os empresários da indústria seguem otimistas em relação ao aumento do número de trabalhadores nos próximos seis meses, de acordo com a Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira (22) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice de expectativa do número de empregados atingiu 51,4 pontos em março, praticamente estável em relação a fevereiro, quando alcançou 51,2 pontos. Pelo terceiro mês consecutivo, o índice esteve acima da linha divisória de 50 pontos, o que indica perspectiva de expansão do emprego industrial.
O emprego efetivo na indústria também permaneceu estável em fevereiro. O índice de evolução do número de empregados registrou 49,6 pontos em fevereiro, ficando praticamente sobre a linha divisória de 50 pontos. Mesmo assim, é um dado positivo, pois é a segunda vez, desde outubro de 2013, que o indicador revela estabilidade em postos de trabalho. “A manutenção do emprego, após um longo período de recuo, já é um indício importante que a retomada da indústria está em curso”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo.
A indústria também está otimista com relação à demanda, às exportações e às compras de matérias-primas. Em março, o índice de expectativa de demanda atingiu 59 pontos, uma evolução em relação a fevereiro (58,3 pontos). O indicador de quantidade exportada ficou estável em 55,3 pontos (eram 55,4 pontos no mês passado), semelhante ao índice de compras de matérias-primas, que alcançou 56,7 pontos. “Todos os índices de expectativas mostram crescimento moderado do otimismo para os próximos seis meses”, mostra o documento.
Além disso, a intenção de investimento encontra-se acima da média da série histórica, apontando que os empresários estão propensos a investir. Esse indicador passou de 53,6 pontos em fevereiro para 53,3 em março. Apesar da leve queda, a pesquisa destaca que o índice encontra-se 5,4 pontos acima da média da série histórica (47,9 pontos) e 6,7 pontos acima do registrado em março de 2017.
DESEMPENHO EM FEVEREIRO – O desempenho efetivo da indústria em fevereiro, no entanto, continuou em declínio. O índice de evolução da produção intensificou a queda registrada em janeiro e manteve-se abaixo dos 50 pontos. Passou de 48,4 para 46,5 pontos. Apesar da queda, o indicador é 2,1 pontos superior ao registrado em fevereiro de 2017 e é o maior para o mês desde 2014, quando registrou 48,3 pontos.
Além disso, a ociosidade segue elevada e os estoques, como planejado. A utilização da capacidade instalada alcançou 64% em fevereiro, ligeiramente maior do que o observado no mesmo mês de 2017 (63%) e 2016 (62%). Tanto o índice de evolução do nível de estoques quanto o índice de nível de estoques efetivo-planejado registraram 49,7 pontos, próximos à linha divisória de 50 pontos.