A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informa que os macacos (saguis) encontrados mortos em dois condomínios em Aldeia, no município de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife (RMR), não estavam infectados com o vírus da febre amarela.
Os materiais biológicos dos animais recolhidos foram analisados pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, e pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) em parceria com o Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz-PE. Todos deram negativo para febre amarela. Com isso, a Secretaria Estadual de Saúde continua investigando outras causas possíveis para os óbitos.
CASO
Entre 26 de dezembro de 2019 e 07 de janeiro de 2020, a SES-PE foi notificada da ocorrência de 17 macacos mortos em dois condomínios de Aldeia, em Camaragibe. Do total de animais notificados, em 6 houve condições de coleta de material biológico para análise em dois laboratórios.
No Instituto Evandro Chagas, no Pará, referência nacional para febre amarela, todas as amostras deram negativas para a doença em dois tipos de exame (PCR e imunoistoquímico). Já pelo Lacen-PE/Fiocruz-PE, todos deram negativo para febre amarela (técnica PCR). Outras doenças foram analisadas. Das amostras, três foram positivadas apenas para zika, duas para zika e herpes e uma apenas para herpes. Destaca-se que a presença dos vírus não significa que essa foi a causa da morte dos primatas.
A SES-PE ressalta que deu todo o apoio técnico e de infraestrutura ao município de Camaragibe, auxiliando na coleta dos animais; realizando treinamento e palestras educativas com os profissionais da cidade e com a população da área afetada; e apoiando a vacinação na localidade. Também foram realizadas coletas de mosquitos para análise.
Não são registrados casos autóctones de febre amarela desde 1938 em Pernambuco. Ou seja, desde então, não há a circulação da doença no Estado. Destaca-se também que os macacos não transmitem a doença para os humanos, sendo apenas vítimas do vírus e servindo como importantes agentes sentinelas, que alertam as autoridades sanitárias sobre a circulação do vírus. Vale ressaltar que Pernambuco realiza, desde 2017, a vigilância em epizootia para monitorar o adoecimento ou a mortalidade de primatas não humanos e, desde então, não há nenhum óbito desses animais no Estado relacionado à febre amarela. Não se deve alimentar animais silvestres e, de forma alguma, maltratá-los. Importante frisar que matar macaco é um crime previsto em lei, com sanções como prisão e pagamento de multa.
VACINAÇÃO
Neste mês de janeiro, a vacinação contra a febre amarela entrou na rotina de imunização de 43 cidades que compõem a III e V Gerências Regionais de Saúde (Geres), com sede em Palmares, na Mata Sul, e Garanhuns, no Agreste Meridional de Pernambuco, respectivamente. A determinação de ampliar e incluir a vacina de forma rotineira é uma proposta do Ministério da Saúde (MS) para todo o Brasil. A proteção é voltada para crianças de 9 meses até adultos de 59 anos.
Neste primeiro momento, mais de 1 milhão de pessoas já podem se vacinar contra a febre amarela. A partir de março de 2020, a expansão acontecerá para todo o estado de Pernambuco, totalizando 8,4 milhões de pessoas beneficiadas. Essa ação busca manter a população protegida contra a doença e, com isso, evitar a reintrodução do vírus em solo pernambucano.
Desde janeiro deste ano, mais de 8 mil pessoas foram vacinadas contra febre amarela entre os municípios da III Geres e 18 mil na V Geres. Em Camaragibe, que disponibilizou postos para imunizar moradores de Aldeia, além de ação em um dos condomínios onde foram encontrados os macacos, 2,3 mil pessoas foram imunizadas.