A necessidade de fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e das práticas restaurativas no sistema socioeducativo pautou o Encontro de Assistentes Sociais da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). Realizado nesta terça (28), no Centro de Formação dos Servidores e Empregados Públicos de Pernambuco (Cefospe), no Recife, o evento reuniu integrantes dessa categoria profissional que atuam nas unidades socioeducativas situadas no Estado, além de gestores da instituição.
A defesa do Suas, que tem mobilizado parlamentares, integrantes do Poder Executivo e profissionais de diversas áreas, é importante por focar em itens como a manutenção do Programa Bolsa Família, do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do controle social. Esses temas têm impacto direto não só na realidade dos socioeducandos atendidos pela Funase, mas também em suas famílias, que precisam da continuidade e do fortalecimento das políticas públicas de assistência social em seus territórios de referência.
“Quando vivemos um momento de discussões nacionais, em que os direitos humanos são fragilizados, ficamos imaginando o que podemos enfrentar na defesa do sistema socioeducativo, que se ampara no Estatuto da Criança e do Adolescente e na lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). Por isso, encontros como esses, que ocorriam com muita frequência no passado da nossa instituição e que têm sido retomados desde o ano passado, são importantes para refletirmos, como categoria profissional, sobre essas questões que preocupam e que pedem um engajamento cada vez maior”, disse a presidente da Funase, Nadja Alencar.
Outra pauta do encontro, a implantação de práticas restaurativas, também foi discutida durante um acolhimento realizado por integrantes do Núcleo de Justiça Restaurativa da Funase, existente desde fevereiro, por meio de portaria publicada no Diário Oficial do Estado. A meta é que, até o fim do ano, todos os 23 centros e casas administrados pela instituição implantem essa metodologia, que é importante na prevenção e transformação de conflitos e no desenvolvimento de aprendizados nas relações de convivência.
“A Justiça Restaurativa é um tema que temos trabalhado em todas as reuniões de categoria profissional que já realizamos neste primeiro semestre, como a de pedagogos e a de psicólogos. Estamos trabalhando também hoje e faremos o mesmo no encontro com os advogados, previsto para junho. O resultado tem sido muito positivo e mostra como esses momentos de trocas são importantes para socializarmos boas práticas e experiências”, afirmou a superintendente da Política de Atendimento da Funase, Íris Borges.
O evento terminou com a palestra “Justiça Restaurativa e o Serviço Social: Reflexões para a Praxis”, proferida pela assistente social e mestra em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Silvana Oliveira. A profissional atua no Núcleo de Apoio aos Processos de Conhecimento, ligado à 3ª e 4ª Varas Regionais da Infância e Juventude da Capital. “Discutir esses temas fortalece nossa estrutura interna, ao debatermos as práticas restaurativas, que estão em implantação, e também nos engaja no enfrentamento a um cenário de cortes no Suas”, ressaltou a superintendente de Gestão do Trabalho e Educação da Funase, Nadja Oliveira.
Ainda estiveram presentes no encontro a assessora técnica de Unidades de Internação da Funase, Viviane Sybalde, a supervisora técnica Marlene Albuquerque, a assessora técnica de Unidades de Internação Provisória, Zélia Mesquita, a assessora técnica de Políticas de Atendimento Socioeducativo e integrante do Núcleo de Justiça Restaurativa, Dilma de Marilac, entre outros profissionais.