A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude de Pernambuco (SDSCJ), está promovendo o levantamento das áreas de qualificação profissional que mais interessam aos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. O objetivo é que, com os dados, a instituição possa atuar de forma mais assertiva na oferta de cursos, oficinas e treinamentos profissionalizantes, sobretudo por meio de parcerias. A expectativa é de que socioeducandos de 17 das 24 unidades da Funase no Estado, todas de internação e de semiliberdade, participem do levantamento.
A coleta de informações é feita anualmente. Em 2019, por exemplo, a consolidação dos dados ocorreu até março, quando se constatou que as áreas mais demandadas pelo público da Funase eram as de mecânica, construção, beleza e estética e alimentação. Na pesquisa, ainda são colocadas à disposição dos socioeducandos áreas como barbearia, mobiliário, eletrônica, moda e vestuário, tecnologia e refrigeração. No ano passado, cursos com esses temas contaram com a oferta de mais de 3,7 mil vagas na Funase, índice 67% maior que o contabilizado em 2018, quando foram disponibilizadas 2.207 vagas aos socioeducandos.
Para o secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Sileno Guedes, resultados como esses mostram a importância de ações planejadas nessa área. “Ao chegar junto dos adolescentes e oferecer cursos em conformidade com os anseios deles e com bons níveis de inserção no mercado, a Funase tem possibilitado que esses jovens construam uma realidade nova e positiva. Não à toa, no fim de 2019, a profissionalização de adolescentes do sistema socioeducativo foi certificada como uma prática que tem contribuído para a redução da violência em Pernambuco. É esse caminho que queremos continuar trilhando”, afirma.
O coordenador do Eixo Profissionalização, Esporte, Cultura e Lazer da Funase, Normando de Albuquerque, responsável pela condução do levantamento, explica que a instituição tem buscado direcionar aos socioeducandos cursos nos temas de preferência deles, mas a inserção em áreas que não tinham despertado tanto interesse na pesquisa também tem gerado resultados positivos, uma vez que isso possibilita vivências diferenciadas e o surgimento de vocações que nem os jovens sabiam que tinham. “É exatamente essa a importância do levantamento de interesses. Mais do que uma demanda que tomamos como referência, podemos identificar o quanto daquilo que foi oferecido na educação profissional passou a ser incorporado como desejo pelo grupo”, avalia.
A equipe responsável pelo levantamento já passou pelas cinco Casas de Semiliberdade (Casem) da Região Metropolitana do Recife e por unidades de internação como as situadas em Abreu e Lima, no Cabo de Santo Agostinho, em Timbaúba e em Vitória de Santo Antão. Nesta semana, estão sendo ouvidos socioeducandos das unidades de Arcoverde, Garanhuns e Caruaru, no Interior.