O governador Geraldo Alckmin, acompanhado do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, sobrevoou nesta quarta-feira, 22, o Reservatório de Copiti, em Pernambuco, onde estão instalados os equipamentos emprestados pelo Governo de São Paulo ao Ministério da Integração, que estão sendo utilizados para acelerar a transposição do Rio São Francisco no Eixo Leste. Após o sobrevôo, Alckmin visitou o reservatório para acompanhar a operação das moto-bombas da Sabesp.
“Nós usamos essas bombas em 2014, numa seca muito grande na Região Metropolitana de São Paulo, para fazer a captação da reserva técnica do sistema Cantareira”, explicou o governador Geraldo Alckmin. As bombas foram transportadas para Floresta (PE), no eixo leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco, e instaladas dentro do reservatório de Copiti. “Esses equipamentos são muito potentes e conseguem bombear 2 m³/s, permitindo que a água chegue ao destinatário final com mais rapidez”, completou Alckmin.
A maior obra de infraestrutura hídrica do país, quando totalmente concluída, vai atender mais de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
De acordo com previsão do Ministério da Integração Nacional, o uso das bombas flutuantes deve antecipar em até 25 dias a chegada da água a Monteiro e, na sequência, a Campina Grande, o segundo município mais populoso da Paraíba, com cerca de 400 mil habitantes, que será um dos mais beneficiados. O Estado da Paraíba é um dos mais atingidos pelo quinto ano de seca que afeta o Nordeste. As bombas entraram em operação no dia 30 de janeiro.
No domingo, 12 de fevereiro, a água do Rio São Francisco chegou à quarta estação de bombeamento (EBV-4) do Eixo Leste, na cidade de Custódia (PE), completando um percurso de 96,5 quilômetros deste trecho. De lá, seguirá por gravidade até a quinta elevatória (EBV-5), localizada em Sertânia (PE). A expectativa do Ministério da Integração Nacional é atender Monteiro (PB) em março.
Empréstimo dos equipamentos
Em 26 de dezembro de 2017, o governador Geraldo Alckmin assinou termo de empréstimo de bombas para combater a seca nos Estados da Paraíba e Pernambuco. O equipamento, que consiste em quatro conjuntos de bombas flutuantes, cada um com capacidade de bombear até 2.000 litros de água bruta por segundo, foi cedido ao Ministério da Integração Nacional.
A cessão do equipamento e demais materiais necessários para sua instalação, orçados em R$ 8,26 milhões, será pelo período mínimo de 120 dias, com possibilidade de prorrogação. Não terá qualquer custo aos beneficiados. A Sabesp prestou ainda o apoio técnico necessário para a instalação e a operação das bombas. Além dos quatro conjuntos de bombas flutuantes, cada um com dois motores e potência combinada de 350 cavalos, a Sabesp forneceu a estrutura necessária para sua operação, o que inclui dois conjuntos de motores como reserva, bem como 1.800 metros de tubulação para o transporte da água captada, 1.360 metros de cabos elétricos, inversores de frequência e disjuntores, além de outros itens.
O projeto de instalação de bombas elétricas para captação da água das reservas técnicas foi uma iniciativa fundamental para garantir o abastecimento à população na mais grave estiagem da história do Estado de São Paulo. As bombas permitiram retirar a água localizada abaixo do nível mínimo de captação nas represas do Sistema Cantareira. Foram utilizadas, ao todo duas, cotas da reserva técnica, que juntas ampliaram em cerca de 29% a capacidade de reservação do Cantareira, que é de 982 bilhões de litros.
A primeira cota entrou em operação em maio de 2014, após apenas dois meses de obras, a um investimento aproximado de R$ 80 milhões. Inicialmente, foram instalados 17 conjuntos de bombas nas represas Jacareí e Atibainha, permitindo ampliar a capacidade do Cantareira em 182,5 bilhões de litros. Essa cota da reserva técnica foi utilizada durante cerca de um ano e sete meses, até o fim de dezembro de 2015, quando o nível dos reservatórios foi recuperado. A segunda, com captação também na represa Jacareí, no interior paulista, acrescentou 105 bilhões de litros à capacidade de reservação do Cantareira e foi usada entre outubro de 2014 e fevereiro de 2015, quando o nível dos mananciais já estava dando sinais de recuperação e o bombeamento desse volume já não era mais necessário.