Líder do movimento dos governadores contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), ameaçou romper com o Palácio do Planalto. O recado foi passado nesta quarta-feira (6) em telefonema ao ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner.
O motivo é a transferência do envio de combustíveis pela Petrobras diretamente ao Porto de Cabedelo, na região metropolitana de João Pessoa, para o porto de Suape, em Pernambuco. A conversa foi dura. “Sou aliado de primeira hora da presidente, mas não sou subserviente. Não aceito este tipo de tratamento”, avisou Coutinho.
A Paraíba necessita de pelo menos 60 toneladas de derivados de petróleo por mês para o abastecimento da capital e do interior. Mas em dezembro só chegou metade. Já há postos fechados na capital por falta de gasolina, etanol e diesel. No interior do estado o litro da gasolina chega a ser vendido por R$ 10 no mercado negro.
Nesta quarta-feira o governador despachou a presidente da Companhia Docas do Estado, Gilmara Timóteo, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Wilber Jácome, para uma audiência com a diretoria da Petrobras no Rio de Janeiro para tentar evitar que os combustíveis da Paraíba cheguem pelo porto de Pernambuco. De Suape, os combustíveis seriam levados para o Pessoa por 200 caminhões tanque. Coutinho também pressiona a Agência Nacional do Petróleo (ANP) para suspender a transferência.
Segundo a assessoria do governo da Paraíba, no ano passado a Petrobras tentou transferir a chegada dos derivados de petróleo de Cabedelo para Suape, mas a mudança não se concretizou por pressão de Coutinho. Agora, o governador foi informado pela companhia que novamente a estatal quer fazer a mudança este ano. O governador também está irritado com o atraso na chegada de repasses de dinheiro do governo federal para as campanhas de combate ao mosquito aedes egypti que transmite o vírus da dengue, chikungunya e zica.