O líder opositor venezuelano Juan Guaidó afirmou nesta segunda-feira (16) que considera “esgotada” as negociações realizada entre seus enviados e representantes do ditador Nicolás Maduro para tentar resolver a crise no país.
O diálogo, que acontecia em Barbados, era mediado pela Noruega e tinha apoio de outros países europeus.
As conversas, porém, estavam paralisados desde 7 de agosto, quando os enviados do ditador abandonarem as conversas em protesto contra as sanções impostas pelo governo americano contra Caracas.
“Está encerrado esse esforço, agradecemos a Noruega, mas o regime insiste em buscar desculpas para não avançar nos diálogos. Além disso, o ataque contra os professores que ocorreu na manhã de hoje nos mostra que não há nenhuma intenção de diminuir as hostilidades e de buscar uma solução para os problemas do país”, disse Guaidó em entrevista coletiva.
E acrescentou: “A ditadura simplesmente abandonou, saiu correndo, da mesa de negociação, diante de uma proposta nossa que resolveria o problema do país”.
A manhã de segunda foi de tensão em Caracas. Coletivos ligados ao regime e agentes da FAES (Forças de Ações Especiais) dispararam balas de verdade contra professores que realizavam um manifestação no centro da cidade.
O líder opositor afirmou que foi apresentada a Maduro uma proposta de formação de um governo de transição do qual o próprio Guaidó se afastaria.
Segundo ele, o objetivo da medida era garantir que este novo governo promovesse a renovação do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), garantindo assim a participação política de todos os grupos e partidos e eleições livres nos próximos meses.
“Nossa ideia era um exemplo de como fazer uma transição livre e democrática, com garantia a todos os setores, e o regime saiu correndo”, afirmou Guaidó.
Ele disse ainda que com o fim das negociações, segue com “todas as opções sobre a mesa”.
Entre elas a possibilidade de ativar o Tiar (Tratado Interamericano de Ação Recíproca), que prevê defesa mútua dos países-membros em caso de ataques externos e que abre a possibilidade de uma intervenção estrangeira no país.
Guaidó também indicou que pode apoiar a articulação de medidas com governos como o da Colômbia para combater os “grupos terroristas e irregulares” que atuam na fronteira dos dois países.