Banir os canudinhos de plástico. Pode parecer besteira, mas é uma solução viável e prática para lidar com grande parte do lixo encontrado nos oceanos. De acordo com um relatório britânico sobre a situação dos mares publicado pela Foresight Future of the Sea Report, cerca de 70% do entulho no mar é plástico. Desde que o Rio de Janeiro proibiu o fornecimento de canudos descartáveis em estabelecimentos comerciais, em 2018, o assunto chamou atenção no Brasil. Agora é a vez de Curitiba se adaptar à nova era dos reutilizáveis.
Um projeto de lei da vereadora Maria Leticia Fagundes (PV), com emenda assinada pelos vereadores Goura (PDT), que hoje é Deputado Estadual, e Professor Euler (PSD), tramita na Câmara Municipal de Curitiba pretende obrigar restaurantes, lanchonetes, bares e estabelecimentos similares a ofertar apenas canudos comestíveis ou de papel biodegradável, individual e hermeticamente embalados com material biodegradável. Além disso, a partir de 1º de janeiro de 2020, o poder público municipal seria proibido de comprar de canudos de plástico.
De olho nesta nova tendência do mercado, vários empreendedores curitibanos estão adaptando seus negócios. Ao abrirem a Cookie Stories, no começo de 2018, as irmãs Camila e Rafaela Camargo jamais pensariam que uma ação tão simples, como colocar a venda de canudos reutilizáveis teria um impacto tão positivo. As empresárias, que comandam um dos estabelecimentos de maior sucesso em Curitiba, sempre acreditaram que a loja deveria ter em seus valores a responsabilidade social. “Não é porque trabalhamos com doces e cafés, que não temos impacto sobre a sociedade. Se quisermos mudar o mundo em que estamos, devemos começar por nós e não apenas esperar que as coisas se ajeitem sozinhas”, explica Camila.
Na Cookie Stories, é possível adquirir o Kit Ecológico com o canudo reutilizável de inox, escovinha para limpar e o saquinho de bottons por R$ 40. Para Rafaela, o novo produto é capaz de mostrar aos consumidores uma proposta de valorização do seu produto. Apesar de custar mais que um canudo convencional, o reutilizável substitui o vilão de plástico – e pode ser guardado para sempre.
De acordo com uma pesquisa da revista Science, uma das publicações cientificas mais importantes do planeta, a humanidade gera aproximadamente 275 milhões de toneladas de resíduos plásticos por ano, e entre 4,8 milhões e 12,7 milhões vão parar nos oceanos. Pensando nesses números alarmantes, surgiu a marca brasileira Econudinho, que chegou ao mercado com a maior variedade de canudos reutilizáveis do país para substituir os vilões do meio ambiente.
“Acabar com o uso de canudos plásticos se tornou uma tendência praticamente inevitável para o ano de 2019. Foi pensando na sustentabilidade e criação de novos hábitos saudáveis que a empresa decidiu lançar uma linha de canudos reutilizáveis, para refrear o descarte indevido de plástico, e incentivar a reflexão sobre o consumo desses materiais”, comenta Thiago Pissaia, consultor da Econudinho.
Focada 100% em sustentabilidade, a Econudinho desenvolveu três tipos de canudos reutilizável: curvado de inox (R$ 12,90), com 21cm de comprimento e 6mm de circunferência, disponível nas cores azul, dourada, champanhe e preta; de vidro (R$ 15,90), com 20cm de comprimento e 8mm de diâmetro, disponível nas cores rosa e transparente; e o canudo retrátil de inox com silicone (R$ 49,90), com 23cm por 8mm de diâmetro, disponível nas cores rosa, verde e preto. A marca conta, também, com um Eco Copo retrátil (R$ 49,90), feito de silicone, nas cores laranja, azul e verde. Além de serem vendidos individualmente, os produtos da Econudinho podem ser encontrados em kits especiais, com preços que variam entre R$ 27,90 e R$ 150,00.
Claro, muitas pessoas ainda resistem ao canudo reutilizável, principalmente pelo seu custo. No entanto, deve-se entender que a medida é mais paliativa do que lucrativa. Além disso, o banimento do plástico é cada vez mais recorrente. Em Fernando de Noronha, por exemplo, já não são permitidos o consumo e o comércio de canudos, copos, pratos, talheres, sacolas e garrafas plásticas inferiores a meio litro. No futuro, ainda, haverá o fim do uso de isopor, podendo gerar penalidades para quem não respeitar a lei.