O Hospital Regional do Agreste (HRA), localizado em Caruaru, finalizou o ano de 2017 em destaque na lista de unidades com os melhores resultados na captação de córneas para transplantes no Estado. O hospital figura em quarto no número de doações do tecido, com 63 doadores de janeiro a dezembro. Completam o ranking o Hospital de Câncer de Pernambuco (HC), o Hospital da Restauração (HR), o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Filgueira (Imip) e o Hospital Agamenon Magalhães (HAM), em 1º, 2º, 3º e 5º lugares, respectivamente. O HRA é o único dos citados que não está localizado na Região Metropolitana do Recife (RMR). Ainda em Caruaru, o Hospital Mestre Vitalino realizou 40 captações do tecido, ficando na 8º colocação.
Ao longo de 2017, foram realizados 968 transplantes de córnea (827 em 2016 – ampliação de 17%) em Pernambuco. “Um paciente com morte encefálica pode tirar da fila de espera até sete pacientes, já que é possível doar dois rins, duas córneas, coração, fígado e pâncreas. No caso da morte do coração, é possível doar as córneas. Por isso a importância de, ainda em vida, nos declararmos como doadores de órgãos e tecidos para os nossos familiares, já que só um parente de até segundo grau pode autorizar o ato, de acordo com a legislação brasileira”, esclarece a coordenadora de Descentralização da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Domany Cavalcanti.
O transplante de córnea consiste em substituir o tecido doente por um saudável, com o objetivo de melhorar a visão do paciente ou corrigir perfurações oculares. Vale lembrar que não há qualquer restrição para ser um doador (mesmo se a pessoa apresentar problemas da visão, como miopia, hipermetropia, astigmatismo ou mesmo catarata e glaucoma). Câncer também não é um contra-indicativo para a doação de córnea. Prova disso é que o Hospital de Câncer de Pernambuco é o principal captador do Estado.
DADOS – Pernambuco bateu o recorde no número de transplantes no ano passado. Em 2017, foram realizados 1.790 procedimentos, um recorde desde a criação da CT-PE, em 1995. O quantitativo é 22.27% maior do que o mesmo período de 2016, com 1.464 procedimentos. Antes, o ano com mais transplantes realizados era o de 2012, com 1.690.
O maior crescimento em 2017 foi nos transplantes de coração, com 54 em 2017 e 38 em 2016 (aumento de 42%). Em seguida, vem rim: 404 em 2017 e 286 em 2016 (aumento de 41%). Ainda foram realizados 225 procedimentos de medula óssea (187 em 2016 – crescimento de 20%), 968 de córnea (827 em 2016 – ampliação de 17%), 129 de fígado (112 em 2016 – aumento de 15%). Também foram feitos 6 transplantes de rim/pâncreas, 2 de fígado/rim e 2 de válvula cardíaca.