Dados do Tesouro Nacional mostram uma queda de cerca de 78% nos investimentos no Governo de Michel Temer (PMDB) em janeiro deste ano, em comparação com o início do ano passado. Segundo o levantamento, a então presidente Dilma Rousseff (PT) investiu R$ 5,487 bilhões no primeiro mês de 2016, enquanto no mesmo período desse ano, o governo Temer aplicou apenas R$1,198 bi.
Segundo o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), os números mostram o descaso do governo peemedebista com a população brasileira. “Estão condenando o Brasil à cova. O célebre jornalista e cronista carioca Stanislaw Ponte Preta dizia que ‘alguns homens públicos do Brasil lutam pelo progresso do nosso subdesenvolvimento’. Nenhuma outra frase cairia melhor a Temer e seus asseclas”, afirmou o senador.
Humberto disse, ainda, que o corte nos investimentos prejudicam a economia e dão um sinal do que está por vir, com a Emenda Constitucional 95, antiga PEC, que congela os investimentos públicos por 20 anos. “Num país que ainda tem milhões de pessoas vivendo em pobreza extrema, um sistema de saúde insuficiente e uma educação que precisa de incentivo, cortar recursos é quase que cometer um assassinato em série”, ponderou o líder oposicionista.
Para Humberto, a falta de investimentos também agrava o problema do desemprego no Brasil. “O Brasil passa por uma recessão, milhões de pessoas estão desempregadas. O poder público precisa assumir a sua responsabilidade, chegar junto, incentivar novos investimentos e não acabar com tudo que estava sendo feito”, salientou o parlamentar.
Humberto Costa voltou a defender a saída de Michel Temer e a realização de eleições diretas como requisitos para mudar o cenário político econômico brasileiro. “Temer não tem legitimidade para levar esse projeto de arrocho para frente. Os cortes de investimentos, a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista, só para citar três exemplos trágicos, jamais passariam pelo crivo das ruas. Por isso, mais do que nunca, é fundamental a gente defender as eleições diretas”, concluiu.
Wagner Gil
Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.