A quantidade de pessoas físicas inadimplentes registradas no banco de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) no mês de novembro aumentou 3,37%, em relação a novembro do ano passado. Na comparação mensal ― ou seja, em relação a outubro deste ano ―, o número de pessoas com dívidas em atraso apresentou uma tímida alta de 0,06%.
Por conta deste resultado, o número total de inadimplentes registrados em serviços de proteção ao crédito se manteve o mesmo registrado em outubro: em torno de 55 milhões de pessoas.
Os economistas do SPC Brasil explicam que apesar da alta de 3,37% em novembro, é possível observar uma trajetória de desaceleração no número de pessoas com dívidas em atraso a partir de agosto de 2014. O resultado da comparação ano a ano representa a menor variação para meses de novembro desde o início da série histórica.
Na comparação mensal, o comportamento de alta com viés menos acelerado também se repete: apesar da ligeira alta de 0,06%, o número de pessoas com dívidas em atraso no banco de dados do SPC é o menor desde novembro de 2011.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, apesar de o fenômeno de crescimento menos acelerado da inadimplência ser, em essência, positivo, as explicações para esta tendência pertencem ao campo das más notícias. “Os dados da conjuntura são unânimes em apontar fraqueza da economia, em especial da confiança do consumidor, que tem se deparado com inflação elevada e taxas de juros em patamar alto. Esses fatores explicam o crescimento recorrente da inadimplência em relação ao que se viu em 2013”, explica.
Em novembro, o número de dívidas em atraso registradas nas bases do SPC Brasil cresceu 3,53%, em relação a novembro de 2013. Na base de comparação mensal, o indicador registrou uma pequena alta de 0,17%, o que representa uma leve aceleração em relação à variação apurada em outubro (0,06%).
Crescem atrasos de telefone, água e luz
O segmento de comunicação foi aquele que apresentou a maior alta anual na quantidade de dívidas em atraso: 14,59%. Esta foi a maior variação registrada pelo setor desde março do ano passado. O segundo maior aumento foi registrado com as pendências ligadas a serviços de água e luz. A alta foi de 11,07%, em desaceleração com relação aos 12,46% registrados no mês anterior.
Dentro deste segmento foram as contas de água e esgoto as que impulsionaram o crescimento: a alta foi de 11,74%, enquanto o outro item deste grupo ―eletricidade e gás ― cresceu somente 7,81%. Já as dívidas relativas ao comércio foram as únicas que mostraram retração na base de comparação anual, com uma variação de -0,28%.