O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, acusou nesta quarta-feira (26) o Ocidente de usar o desvio de um avião da Ryanair, no fim de semana, para travar uma guerra híbrida contra ele, e disse que líderes estrangeiros retrataram falsamente a maneira como lidou com o incidente.
Em seus primeiros comentários depois do que alguns políticos europeus descreveram como um “sequestro com patrocínio estatal” no domingo (23), Lukashenko disse que agiu legalmente e de acordo com todas as normas internacionais. Acrescentou que gente que o quer mal está tentando usar o episódio do avião para miná-lo.
“Como previmos, gente de fora do país e de dentro do país que nos quer mal mudou os métodos de ataque ao Estado”, disse o presidente ao Parlamento.
“Eles cruzaram muitas linhas vermelhas e abandonaram o bom senso e a moral humana”.
Empresas aéreas redirecionaram voos para evitar o espaço aéreo da Bielorrúsia nessa terça-feira (25), e aviões bielorrussos podem ser barrados na Europa, agora que cresce a revolta internacional por Minsk ter forçado o pouso de um avião comercial e prendido um jornalista dissidente a bordo.
O controle aéreo bielorrusso orientou o voo da Ryanair, que ia de Atenas a Vilnius, a desviar para Minsk, de acordo com uma transcrição, devido ao que se revelou uma ameaça falsa de bomba. A Bielorrússia também enviou um caça de combate MiG-29 para escoltar o avião de passageiros.
A reação ocidental foi parte de uma “guerra híbrida” contra seu país, disse Lukashenko, acrescentado que reagirá duramente a quaisquer sanções ou provocações.