O Ministério do Exterior do Irã informou nessa quarta-feira (4) que o país libertou, por motivos humanitários, sete dos 23 tripulantes de um petroleiro britânico que foi capturado no Estreito de Ormuz em 19 de julho.
Embora o navio tenha violado regulamentos locais, Teerã “não tem problemas com o capitão e a tripulação”, afirmou o porta-voz do ministério, Abbas Mousavi. “Eles estão livres e podem retornar aos seus países.”
Segundo Mousavi, os sete libertados foram selecionados pelo capitão do petroleiro Stena Impero. Eles são cidadãos da Índia, Rússia e Letônia. Os demais tripulantes ainda estão a bordo do petroleiro. Ao menos 16 deles devem permanecer na embarcação para operá-la com segurança.
Quanto ao navio em si, de propriedade de uma empresa sueca, Mousavi afirmou que um tribunal da cidade portuária de Bandar Abbas decidirá seu destino.
Em 19 de julho, a Guarda Revolucionária reteve no Estreito de Ormuz o petroleiro de bandeira britânica Stena Impero por descumprir as normas de navegação, algo que Londres e a companhia negam. No início de agosto, um navio-tanque com bandeira do Panamá foi capturado na mesma região.
O incidente com o Stena Impero ocorreu semanas depois de a Marinha britânica ter interceptado em Gibraltar o petroleiro iraniano Grace 1, por suspeitas de transportar petróleo à Síria, país sujeito a sanções da União Europeia. Há algumas semanas, o navio iraniano foi liberado.
A captura do Stena Impero agravou a crise no Golfo Pérsico e, em particular, no Estreito de Ormuz, para onde tanto os Estados Unidos quanto o Reino Unido propuseram enviar uma coalizão naval para escoltar as embarcações.
Em resposta, as autoridades iranianas advertiram que uma maior presença militar estrangeira aumentaria a tensão na região, onde ocorrem desde maio ataques a petroleiros e navios-cisterna, além de destruições de drones.