O vice-governador João Lyra (PSB) pretende fazer um governo de continuidade a partir de 4 abril, quando assumirá o lugar do governador Eduardo Campos (PSB). Mas não será uma missão das mais fáceis. Entre nove e dez secretários devem deixar as respectivas funções para se engajar na pré-campanha de Eduardo à Presidência da República ou concorrer a mandatos legislativos. Entre eles, todos os nomes que foram cotados para disputar o governo nos últimos meses, como Tadeu Alencar (Casa Civil), Danilo Cabral (Cidades), Milton Coelho (Governo), além do secretário da Fazenda, Paulo Câmara, já escolhido como pré-candidato à sucessão de Eduardo.
João Lyra vai ter o desafio de manter o mesmo ritmo da gestão – uma vez que é a principal vitrine de Eduardo para a Presidência da República – sem os mesmos quadros que lhe robusteceram até agora. Será uma tarefa de soldado e fiel aliado, já que ele não foi escolhido dentro do PSB para ser o candidato ao Palácio do Campo das Princesas, mas nem por isso seu papel perde em importância. Governador é governador em qualquer lugar e a caneta é a mesma para os que sentam nessa cadeira.
Ainda não há preocupação visível entre os socialistas sobre o papel de João Lyra no futuro governo, mesmo que, durante o processo de escolha do pré-candidato – algo que durou mais de três meses – ele tenha ficado magoado por ter sido preterido. A avaliação é de que o vice-governador entendeu os motivos que levaram Eduardo a optar por Paulo Câmara e ele tem dito que fará um governo sem retaliações.
Do Diário de Pernambuco