Apontado como presidenciável do PSB, partido ao qual se filiou há menos de 15 dias, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou nesta quinta-feira (19) que ainda não decidiu se disputará o Palácio do Planalto em outubro deste ano. Mesmo sem posição oficial sobre a questão, seu nome aparece com até 10% na última pesquisa Datafolha, publicada no último domingo (15). Questionado sobre o desempenho de seu nome na pesquisa, Joaquim Barbosa afirmou ser um resultado “muito bom para quem não está em campanha”.
“Há dificuldades dos dois lados. O partido tem sua história, suas dificuldades de alianças regionais e eu, do meu lado, tenho minhas dificuldades de ordem pessoal. Ainda não consegui convencer a mim mesmo de que devo ser candidato”, disse a jornalistas ao final de sua primeira reunião com a cúpula do PSB como filiado.
Ele afirmou ainda ter muitas dúvidas pessoais e que não há prazo para que sua decisão seja tomada, uma vez que ainda há tempo suficiente para tal. Os partidos têm ainda pouco menos de quatro meses até a data-limite para registro de candidaturas, no dia 15 de agosto.
“Conhecendo” o partido
O ex-ministro ressaltou que esta foi a primeira reunião com a cúpula partidária e que ainda está na fase de “conhecimento” da estrutura e dos dirigentes da sigla. “Essa foi a primeira reunião com um grupo grande, qualificado, de dirigentes. Eu conhecia um pequeno número de pessoas, tinha tido algumas poucas conversas com o presidente do partido, com um ou outro líder. Hoje, eu tive um encontro com um grupo maior”, disse.
A chegada de Joaquim ao PSB causou atrito com Aldo Rebelo, que estava filiado ao partido havia cinco meses e, na última sexta-feira (13), migrou para o Solidariedade. Embora não fale publicamente sobre o assunto, Aldo não aceitou perder protagonismo no PSB para Joaquim. Ex-presidente da Câmara e ex-ministro de Estado, ele foi membro do PCdoB por cerca de 40 anos e, agora em novo partido, continuar a almejar voos mais altos na política.
No mundo político-partidário, os percentuais de Joaquim no Datafolha despertaram reações diversas, todas no sentido de reconhecer o potencial eleitoral de quem jamais fez campanha. Aliado histórico do PT até as eleições de 2014, o PSB usará em seu favor o surpreendente capital político de Joaquim – sempre identificado com o rigor do Judiciário e com as condenações do mensalão petista – para fazer alianças e, a depender das próximas pesquisas, impor que o ministro seja cabeça de chapa presidencial. Até a ex-ministra Marina Silva, presidenciável da Rede, entrou na mira para eventual alianç