Por Magno Martins
A semana começou com a notícia de um passaralho no Jornal do Commercio, o maior e até então mais influente meio de comunicação de Pernambuco em se tratando de mídia tradicional, a impressa. Foram mais de 50 demitidos, dos quais 20 jornalistas, alguns até com prêmio Esso, como o caso de Ciara Carvalho.
Fala-se que o sistema JCPM de Comunicação, sob a batuta do grande empreendedor e empresário bem-sucedido, com dispensa de cartão de apresentação, João Carlos Paes Mendonça, acumula um prejuízo da ordem de R$ 30 milhões no setor. Se o número é verdadeiro ou não, o fato é que grande parte dessa dinheirama é consumida por um insumo fora de moda: papel.
JCPM e tantos outros empresários da comunicação no Brasil ainda não caíram na real: chegou ao fim a era dos jornais impressos. Em tempos modernos e velozes na informação dada pela Internet, ninguém se dá mais ao luxo de pegar em papel para se informar.
Primeiro, porque notícia dada no papel é notícia velha, de ontem, já remoída, triturada e debatida no mundo vasto e incomensurável da Internet, com destaque para os portais, blogs e redes sociais. Eu tenho dois filhos, um de 30 e outro de 33, que nunca pagaram num jornal. Não sabem nem folhear ou identificar o tipo de editoria num impresso.
Fazem parte do novo mundo, que avança conjugando o verbo da tecnologia. Tem outro dado que contribui para o sepultamento do jornal tradicional: o papel no qual as notícias são impressas é vetor do coronavírus, o mal do século. Quem vai se aventurar em passar as mãos para ser contaminado pelo vírus da morte?
A saída para o impresso é a sua conversão em on-line, que os Estados Unidos e a Europa são fortes e referenciais protagonistas. No Brasil, enquanto o empresário da comunicação não se render a essa realidade, vai continuar batendo cabeça, jogando dinheiro pela janela, perdendo o que tem de forma suicida.
A notícia virou produto imediatista. Está no seu celular. Chega pelos portais, blogs e redes sociais.
Jornais já eram!