Folha de S.Paulo
O líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), convocou uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (21) para defender Geddel Vieira Lima (governo) e dizer que, para o Palácio do Planalto, o caso é muito pequeno e está “esclarecido”.
“O ministro Geddel recebeu a solidariedade de centenas de parlamentares que compõem a nossa base. Eles prestaram solidariedade e reconheceram o grande trabalho que o ministro está fazendo”, afirmou Moura.
Para o líder do governo Temer, a revelação de que Geddel levou a um colega ministro um assunto em que ele tem interesse é normal e “muito pequeno perto de outros assuntos de interesse da República”.
Conforme revelou a Folha, o agora ex-ministro Marcelo Calero (Cultura) acusa Geddel de pressioná-lo a obter um parecer técnico favorável à construção de um prédio em Salvador. O imóvel tem como empreiteiro um amigo de Geddel, que adquiriu um dos apartamentos.
“Ele ter discutido com um colega dele, um amigo ministro, com quem ele tinha um relacionamento próximo, não vejo nenhum motivo para fazer essa tempestade que estão fazendo. Ele não usou a prerrogativa de ministro para exigir mudança no parecer e respeitou a decisão do embargo”, acrescentou Moura.
O parecer em questão, contrário à obra, é do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão subordinado à Cultura.
Geddel recebeu no Planalto, além de Moura, outros líderes de partidos aliados, como Rogério Rosso (PSD-DF) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Nesta terça-feira (22) ele receberá no Palácio do Planalto os líderes de partidos aliados, em reunião que pode se transformar em um desagravo ao ministro. Há possibilidade de o presidente Michel Temer comparecer ao encontro.