A viagem do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a Sharm el-Sheik, no Egito, está causando grande expectativa entre os participantes da COP27. Lula deve desembarcar no Egito na terça-feira (15) à noite para efetivamente participar das discussões na Cúpula do Clima da ONU nos dias 16 e 17 de novembro.
O presidente eleito já tem confirmados encontros com o secretário-geral da ONU, António Guterres; com o presidente do país anfitrião, o general Abdel Fattah El-Sisi; e com representantes de países interessados em trabalhar junto com o Brasil na preservação do meio ambiente e na criação de um efetivo mercado de carbono. As informações são da CNN Brasil.
Lula vai ser recebido por vários aliados que já estão no Egito, como as ex-ministras do Meio Ambiente Izabella Teixeira e Marina Silva, além de representantes de ONGs e outras organizações da sociedade civil.
Existia a possibilidade de o presidente eleito anunciar na COP27 o nome do seu ministro (ou ministra) do Meio Ambiente ou até mesmo o(a) titular do futuro Ministério dos Povos Originários. No entanto, pessoas próximas ao petista ouvidas pela CNN Brasil no Egito disseram não acreditar nessa possibilidade.
Aliados têm dito que Lula vai carregar no simbolismo de sua presença na Cúpula do Clima para tentar mostrar ao mundo que “o Brasil está de volta” às negociações sobre o clima.A ideia é que ele diga aos líderes com quem se encontrar que vai mudar radicalmente a agenda ambiental brasileira, dando especial importância à preservação da Amazônia.
Lula também vai se reunir com governadores dos Estados da Amazônia Legal que devem lhe entregar uma carta com demandas da região.
Entre esses líderes, estão os governadores do Pará, Helder Barbalho; do Mato Grosso, Mauro Mendes; e do Acre, Gladson Cameli.
O presidente eleito também deve participar de uma sessão de debates com os governadores no estande que o Consórcio dos Estados da Amazônia Legal montou na COP27.
A Amazônia, aliás, vai certamente ser o tópico mais importante das discussões do petista com os líderes mundiais aqui em Sharm el-Sheik.As maiores autoridades dos EUA presentes à COP27 fizeram menções públicas à necessidade de se proteger a floresta amazônica em dois dias consecutivos.
Na sexta-feira (11), o próprio presidente dos EUA, Joe Biden, citou a Amazônia em seu discurso na COP27, no qual pediu o fim do desmatamento de florestas pelo mundo.
No dia seguinte, hoje, foi a vez do enviado especial para o clima dos EUA, John Kerry, afirmar mais uma vez que a Amazônia precisa ser preservada. Essa falas mostram a preocupação de alguns dos principais líderes do mundo com o desmatamento do bioma no Brasil.
Wagner Gil
Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.