Mais de 80 doenças podem ser curadas através do transplante de medula óssea. Entre elas, as mais conhecidas são leucemia, linfoma e casos graves de anemia. A probabilidade de encontrar uma medula compatível é de uma em cem mil, no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Vale salientar que 25% dos pacientes encontram um doador no núcleo familiar. O restante, precisa achar uma pessoa compatível no banco de medula. O médico hematologista Ícaro Felix, do Núcleo de Oncologia do Agreste (NOA), destaca a importância de se ter um grande número de pessoas cadastradas, a fim de aumentar as chances de se encontrar o maior número de doadores compatíveis.
Este mês foi celebrado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea (terceiro sábado de setembro), criado pela Associação Mundial de Doadores de Medula. O Brasil possui o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, com uma média de 5 milhões de pessoas cadastradas, segundo o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). O médico Ícaro Felix explica que para se cadastrar como doador, basta procurar um hemocentro: “é no hemocentro onde uma amostra de 10ml de sangue é coletada e um Termo de Consentimento Livre Informado, autorizando a realização de um exame de compatibilidade, é assinado. Essas informações genéticas do doador são registradas no REDOME”.
O hematologista detalha que “quando um paciente compatível com a medula do doador é encontrado, esse é contactado para a realização de exames e avaliação médica, para a então liberação da doação de fato”. Para se tornar um doador é preciso ter entre 18 e 35 anos; não ter doença infecciosa ou incapacitante; além de não ter câncer, doenças do sangue ou do sistema imunológico”.
O transplante autólogo, quando as próprias células-tronco do paciente são retiradas antes da quimioterapia de alta dose e armazenadas para serem infundidas no paciente após a quimioterapia estar finalizada, é feito em Pernambuco, tanto na rede privada quanto na rede pública (IMIP – Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira). “O transplante alogênico (quando as células-tronco vêm de um doador) também já é feito em Pernambuco, na rede privada. O Hospital Português, no Recife, tem convênio com o SUS (Sistema Único de Saúde) e também realiza o transplante alôgenico, mediante parceria com o Estado, para os pacientes dependentes do sistema público de saúde”, acrescenta Ícaro Felix.