A chegada indireta do presidente Michel Temer ao Palácio do Planalto o obrigou a adotar uma estratégia que, até agora, tem dado resultados positivos ao seu governo. Desde que assumiu o comando do país, interinamente em 12 de maio e definitivamente em 31 de agosto, o peemedebista tem registrado apoio recorde no Congresso. Situação que contrasta com os crescentes índices de desaprovação popular à sua administração: pesquisa CNI/Ibope divulgada em dezembro apontou aumento de 39%, em setembro, para 46% no índice de desaprovação ao governo.
Com forte presença entre os parlamentares, Temer conseguiu, em seus sete primeiros meses de gestão, uma média de 81% de apoio entre os deputados nas votações realizadas pela Câmara até 15 de dezembro, de acordo com levantamento feito pela Revista Congresso em Foco com base no Basômetro, ferramenta desenvolvida pelo jornal O Estado de S. Paulo. O dispositivo, no entanto, não possui dados atualizados para o Senado (veja como os senadores votaram nas principais votações de 2016).
Em 2016, a Câmara promoveu 154 votações durante a gestão Temer. Ao todo, 125 deputados votaram sempre com o governo. Os principais partidos da base do peemedebista mantiveram uma taxa de mais de 95% de fidelidade, o que garantiu a Temer vitórias importantes no Congresso para aprovar medidas impopulares, mas consideradas antídoto necessário pelo Palácio do Planalto para o país enfrentar a crise e recuperar o crescimento da economia. Entre elas, a fixação de um teto para os gastos públicos da União por até 20 anos.