Folha de S.Paulo – Jelmir Tavares
“Contra a dualidade do vermelho e do azul”, a Rede iniciará uma série de campanhas com ênfase no discurso de fazer política na prática. A primeira meta é estender a prefeituras as regras da Lei da Ficha Limpa, que passariam a ser aplicadas na nomeação de cargos comissionados.
“É algo que atende ao clamor por moralidade e ética”, diz a ex-senadora Marina Silva, fundadora do partido, que lança a iniciativa nesta quinta-feira (10), em Brasília, ao lado do ex-juiz Márlon Reis.
Filiado à sigla e pré-candidato ao governo do Tocantins, ele ganhou fama justamente ao liderar o projeto de iniciativa popular que levou o Congresso em 2010 a banir os “fichas sujas” das eleições.
A bandeira faz parte de um projeto da Rede chamado Desafio Nacional. Na primeira mobilização, cidadãos serão chamados a pressionar vereadores e pedir que apresentem projetos de lei para proibir as administrações municipais de nomear pessoas que têm no currículo condenações judiciais por órgãos colegiados.
O partido vai cobrar que os 181 vereadores da legenda façam o mesmo. Cidades como Santos (SP), Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Uberlândia (MG) já têm legislações assim.
‘DISCERNIMENTO’
A ex-senadora ainda faz mistério sobre a eleição de 2018. “Estou em fase de discernimento, conversando com aliados, apoiadores, amigos e minha família”, afirma.
Segundo ela, o Desafio Nacional é uma maneira de incentivar a participação política para além da “polarização improdutiva” entre PSDB e PT, que levou o país à atual crise e contribuiu para afastar grande parte dos eleitores.