Jornal do Brasil
Marqueteiro político das campanhas do senador Aécio Neves (PSDB), do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB), do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), o publicitário e antropólogo Renato Pereira, de 56 anos, dono da agência Prole, está negociando com o Ministério Público Federal sua delação premiada na Operação Lava Jato, de acordo com a coluna de Lauro Jardim, no Globo deste domingo (22).
Os investigadores chegaram ao nome do marqueteiro por meio da delação do diretor de Infraestrutura da Odebrecht no Rio, Leandro Andrade Azevedo, que detalhou, por meio de uma planilha e de depoimento, repasse da empreiteira ao caixa 2 da campanha de Eduardo Paes em 2012. O mesmo ocorreu na campanha de Pezão para o governo do Estado.
De acordo com o executivo, a Odebrecht desembolsou R$ 11,6 milhões e US$ 5,7 milhões não declarados. Ainda na delação, Azevedo afirmou que parte do dinheiro foi entregue em espécie no endereço da agência Prole, no Rio, e o restante em contas no exterior indicadas pela mesma agência de publicidade, que prestava serviços à campanha, como revelou a revista Veja em dezembro do ano passado. Ainda segundo o executivo, os pagamentos eram acertados diretamente com Paes, que aparece como “Nervosinho” na lista de políticos da empresa.
O diretor da Odebrecht disse, na ocasião da delação, que o deputado Pedro Paulo (PMDB), candidato à Prefeitura do Rio na eleição passada, coordenava a campanha de Paes à reeleição e orientou que os pagamentos da empreiteira deveriam ser efetuados diretamente a Renato Pereira. Para os investigadores, uma futura delação do publicitário poderá elucidar informações já fornecidas por executivos da Odebrecht.
Na ocasião, o diretor da Odebrecht afirma que teve uma surpresa durante uma reunião no Palácio da Cidade, sede da prefeitura. “Questionei a Pedro Paulo como eu combinaria os pagamentos com Renato Pereira, quando então ele me disse que Renato estava do lado de fora da sala e entraria na sequência para tratar deste assunto. Combinei com Renato que os pagamentos seriam feitos via entregas semanais/quinzenais de dinheiro na[…] na Urca”.
Já o dinheiro enviado para fora do país tinha como endereços uma conta em Bahamas e outra na Suíça.