O Ministério da Educação (MEC) pediu, ontem (10), abertura de sindicância para investigar mudanças em um edital para compra de livros didáticos. As mudanças no edital, publicadas no dia 2 de janeiro, possibilitavam a compra de livros didáticos com erros de impressão e revisão e foram reveladas pela imprensa na quarta (9).
Na nova versão, foram retirados trechos de um edital publicado anteriormente que exigiam livros sem erros de revisão ou impressão, compromisso com ações de não violência contra a mulher e com a promoção das culturas quilombolas e de povos do campo.
Segundo o MEC, somente após a investigação será possível saber de onde partiram as alterações.
Na quarta, o ministro Ricardo Vélez Rodriguez e o presidente Jair Bolsonaro (PSL) culparam a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB) pelas alterações. O ex-ministro Rossieli Soares, entretanto, rebateu as acusações, afirmando que todas as alterações publicadas após o dia 1º de janeiro são de responsabilidade do novo governo. Desde o início de dezembro, as equipes de Temer e de Bolsonaro trabalhavam juntas na transição de governo.
No dia 2 de janeiro, o novo edital foi publicado, suprimindo trechos que exigiam livros sem erros de revisão ou impressão, referências bibliográficas dos livros e compromisso com a agenda de não violência contra mulheres e promoção das culturas quilombolas e de povos do campo.
No Twitter, no início da noite de ontem, Vélez disse que edital alterado será anulado “tendo em vista os erros que foram detectados no documento cuja produção foi realizada pela gestão anterior do MEC”.
Rossieli negou que as alterações fossem da autoria de sua equipe. Segundo ele, a gestão anterior do MEC havia discutido e aplicado mudanças no sentido contrário, para deixar mais claras questões, como o compromisso com não violência contra mulheres.
Fonte: Congresso em Foco