Médicos responsáveis por comentários sobre estado de saúde de Marisa Letícia são demitidos

Na última semana, todos foram surpreendidos pela atitude de médicos que comentaram, em grupos de WhatsApp, o estado de saúde da ex-primeira dama Marisa Letícia após ela dar entrada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, ao sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) de nível 4 na escala Fisher, um dos mais graves.

O estado de saúde da esposa do ex-presidente Lula foi se agravando e, na sexta-feira (3), após 11 dias de internação, o hospital declarou a morte de Marisa. Além do quadro clínico da ex-primeira dama, outra coisa chamou a atenção. Gabriela Munhoz, médica reumatologista que fazia parte do quadro de profissionais de um dos hospitais mais consagrados do Brasil, não hesitou e encaminhou dados sigilosos sobre o estado de saúde da paciente para um grupo de médicos.

A partir daí, comentários agressivos foram feitos sobre os procedimentos realizados para tentar reverter o quadro clínico, considerado crítico, de Marisa. De acordo com matéria publicada pelo jornal O Globo, a profissional conta aos membros do grupo “MED IX” que Marisa Letícia seria internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital mesmo sem ter tido acesso ao prontuário da ex-primeira dama. As mensagens se espalharam rapidamente.

No mesmo dia, outro médico ironizou o quadro clínico da esposa do ex-presidente Lula. O neurocirurgião identificado como Richam Faissal Ellakkis comentou os procedimentos médicos realizados em Marisa Letícia de forma hostil: “Esses fdp vão embolizar ainda por cima. Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela”, disse em referência ao método utilizado para fechar o vaso sanguíneo e diminuir o fluxo de sangue no local afetado pelo AVC.

Ellakkis não fazia parte do corpo de profissionais do Sírio-Libanês. Depois da divulgação do teor das mensagens, os dois médicos foram afastados do exercício da função. Gabriela Munhoz foi demitida do Hospital Sírio-Libanês e Ellakkis teve contrato rescindido com a Unimed.

O Sírio-Libanês pediu desculpas públicas à família da ex-primeira dama e destacou, em nota sobre a demissão de Gabriela, que tem “uma política rígida relacionada à privacidade de pacientes” e demonstrou “repúdio” à atitude da profissional. A Unimed explicou que Ellakkis era “terceirizado do hospital próprio da cooperativa, por meio de contrato de prestação de serviços” e também repudiou as declarações feitas pelos médicos citados.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *