Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a taxa de filiações de eleitores a partidos políticos atingiu seu maior patamar nos últimos 14 anos: chegou a 11,3%. Apesar da atual crise política, com fortes críticas por parte da população em relação aos representantes, historicamente as eleições municipais são marcadas pelo aumento do número de filiações. Segundo reportagem do jornal O Globo, com exceção de 2010, todos os anos de disputas municipais registraram crescimento acima da média no total de filiados.
Até julho, o total de brasileiros vinculados a algum partido político chegou a 16,5 milhões de eleitores. O “fenômeno” é explicado pela própria dinâmica das eleições municipais: os partidos trabalham para ampliar o número de filiados, uma vez que existem mais cargos em disputa, e os candidatos, por sua vez, se esforçam para aumentar sua base eleitoral dentro das legendas e mobilizam novas filiações até as convenções partidárias.
O maior número de eleitores filiados se concentra nas regiões Norte e em parte do Centro-Oeste, em contraste com estados da região Sudeste, que apresentaram os menores índices de filiações em comparação com os demais.
O PMDB, partido do presidente interino Michel Temer, não tem conseguido conquistar novas adesões. A participação da sigla no total de eleitores filiados variou de 20%, em 2002, para 14,5% este ano. O PT ampliou seu percentual de filiados de 2002, de 7,45%, em 2002, para 9,6%, em 2016.
No ano passado, no entanto, a legenda da presidente afastada Dilma Rousseff respondia por 10,3% das filiações em todo o país. Excluindo legendas como PT, PMDB, DEM, PDT e PSDB, o conjunto dos demais partidos conseguiu ampliar a participação no total de filiados de 45%, em 2002, para 53% este ano.