Mestre Zezinho de Tracunhaém morre aos 80 anos

Foto: Juliana Leitao/DP (27/10/2007)
Foto: Juliana Leitao/DP (27/10/2007)

Diário de Pernambuco

O ceramista José Joaquim da Silva, o Zezinho de Tracunhaém, faleceu na noite desta quarta-feira (04), aos 80 anos, em decorrência de um infarto. O artista estava internado desde o dia 15 de agosto no Hospital Pelópidas Silveira, no Curado, Zona Oeste do Recife. A morte foi confirmada às 20h10.
Segundo a nora dele, Cristina de Lima, o artesão já estava bastante debilitado e se locomovia com auxílio de cadeira de rodas. Os problemas cardíacos intensificaram e devido à baixa imunidade, ele acabou tendo uma infecção, ficando internado por quase um mês. “Ele fumava muito e foi o que prejudicou o estado de saúde dele. Estávamos esperando uma cirurgia de cateterismo, mas não deu tempo, devido a saúde debilitada”.
Foto: Juliana Leitao/DP (27/10/2007)
Foto: Juliana Leitao/DP (27/10/2007)

Mestre Zezinho nasceu no dia 5 de julho de 1939 na cidade de Vitória de Santo Antão. De origem humilde, viveu até os 21 anos trabalhando no corte da cana-de-açucar para sobreviver e sustentar a família nos engenhos da região. Ele foi morar em Tracunhaém no ano de 1968, onde ficou conhecido pelo pioneirismo no artesanato local. O artesão fez questão de ensinar a todos os filhos a arte do barro.

O filho dele, Cláudio Marques, mais conhecido como Dinho de Zezinho, prometeu dar continuidade ao legado deixado pelo pai. “Quando olho para trás, fico bastante emocionado ao lembrar da luta do meu pai para educar os filhos e ensinar o que ele sabia fazer de melhor. Iremos dar continuidade ao trabalho dele”. Bastante abalado, o outro filho dele, Josenildo Marques, falou que o pai sempre esteve ao lado da família. “Meu pai tem uma grande importância para a vida de toda a família e para a cidade também. Ele nos deu educação e nos deu uma profissão. Nos deu estudo e foi um exemplo. Sempre esteve ao nosso lado. Tudo o que eu e meus irmãos conquistaram, devemos a ele. Ele passou uma arte. Ele vai fazer uma falta danada”.

O sepultamento está previsto para acontecer às 16 horas desta quinta-feira (05), no Cemitério Público de Tracunhaém, localizado Rua Professora Ana Maria Vaz de Andrade, no bairro Dois.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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