Os trabalhos da CPI da Covid começaram, nesta quinta-feira (29), com a tropa de choque do governo Bolsonaro tentando, mais uma vez, tumultuar o funcionamento do colegiado. Após a discussão que tomou as duas primeiras horas da sessão, foram aprovados requerimentos de informação a órgãos públicos e a convocação dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello e, ainda, do atual ministro Marcelo Queiroga e do presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.
Para o senador Humberto Costa (PT-PE), membro titular da CPI, todos os integrantes e ex-integrantes do governo Bolsonaro terão de explicar, logo no início dos depoimentos ao colegiado, como as ações e omissões do governo federal levaram à tragédia que já matou 400 mil brasileiros. “Vamos reconstruir os erros dessa tragédia desde o início. Precisamos entender como foi construída essa falência de gestão que nos trouxe à maior crise sanitária da história”, disse Humberto.
Os senadores aprovaram, na manhã desta quinta, 310 requerimentos de informação a órgãos públicos. Com o aval também às convocações, a agenda de oitivas começou a ser organizada já a partir da semana que vem. Na terça-feira, serão ouvidos Mandetta e Teich. Na quarta, toda a sessão será dedicada ao general Pazuello. Na quinta-feira, será o dia de Queiroga e Barra Torres.
“Eu espero que todos os depoentes, os ex-ministros e o atual, o presidente da Anvisa, vejam essa convocação à CPI como uma oportunidade de passarem a limpo tudo o que aconteceu. Esperamos que eles falem tudo o que sabem, abram o jogo, contem as entranhas de uma administração que conduziu o Brasil a essa catástrofe”, afirmou o senador, que é ex-ministro da Saúde de Lula e atual presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Foto: Roberto Stuckert Filho