Wagner Gil
Na próxima quinta-feira (16), a Câmara de Vereadores de Caruaru realizará uma audiência pública para debater a mortalidade da juventude negra em Caruaru. A solicitação foi do vereador Pastor Carlos Santos (PRB), através do Requerimento nº 1207/2016, que foi aprovado no último dia 2. Segundo o edil, o encontro pretende abordar uma situação desconfortável para as propaladas políticas públicas de inclusão social e de proteção aos direitos humanos: o alto índice de jovens negros assassinados em comparação com as mortes de jovens brancos.
O vereador explicou a importância do evento. “Nós solicitamos essa audiência pública para debater o que chamamos de ‘extermínio’ da juventude negra. São índices que têm aumentado ano após ano. A chance de um jovem negro em Pernambuco ser assassinado é 11,5 vezes maior do que o mesmo acontecer com um jovem branco. Precisamos combater isso”, discursou o autor da propositura.
O Pastor Carlos usou como base dados divulgados através do estudo “Índice de vulnerabilidade juvenil à violência e desigualdade racial”, encomendado pela Unesco e divulgado no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado há dois anos.
Entre as entidades convidadas está a Frente Parlamentar de Combate ao Extermínio da Juventude Negra no Estado de Pernambuco, que foi criada em junho do ano passado com o objetivo de reunir parlamentares no combate ao preconceito, à discriminação e à violência, para aprofundar as políticas de combate ao extermínio da juventude no Estado.
O coordenador dessa entidade, deputado Ossésio Silva (PRB), falou com a reportagem VANGUARDA. “A violência tem cor e não podemos mais conviver com os indicadores que nos envergonham. Nós queremos, de fato, que as câmaras municipais possam colaborar nessa luta”, afirmou.
O vereador Rodrigues da Ceaca (PRTB) também apoia a iniciativa. “Uma audiência pública de muita importância e pertinente. Não podemos aceitar esses altos índices de violência contra os negros. O parlamento municipal é um ótimo instrumento para cobrar ações e também sugerir medidas importantes contra esses dados alarmantes”, comentou Rodrigues.