Movimento do Comércio avança 0,6% em outubro, diz Boa Vista

O Indicador Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo o Brasil, avançou 0,6% em outubro deste ano na comparação com setembro, já descontados os efeitos sazonais, de acordo com dados apurados pela Boa Vista. O ligeiro aumento se deu após o crescimento expressivo de 1,4% em agosto e de 0,2% em setembro. Na comparação com outubro de 2018, houve crescimento de 2%, enquanto, no acumulado em 12 meses, o indicador registrou estabilidade e permaneceu em 1,5%.

As concessões de crédito com recursos livres aos consumidores vêm mantendo o ritmo de crescimento, o que, somado à redução da inflação e ao resgate dos recursos do FGTS, parece estar por trás do crescimento do movimento do comércio nos últimos meses.

O mercado de trabalho, contudo, segue bastante fragilizado, com o desemprego caindo basicamente por causa da expansão da informalidade e do trabalho por conta própria. Com isto, a renda cresce pouco, o que tem resultado em aumento do endividamento e do comprometimento da renda, elevando-se, assim, o risco de aumento da inadimplência.

De qualquer forma, ao menos a curto prazo, o cenário para a inadimplência não chega a preocupar, o que favorece o mercado de crédito e, consequentemente, o movimento do comércio até o final do ano.

Setores

Na análise mensal, o segmento de “Móveis e Eletrodomésticos” apresentou alta de 1,5%, descontados os efeitos sazonais. Nos dados sem ajuste sazonal, o acumulado em 12 meses desacelerou (se posicionando em 0,0%).

A atividade de “Supermercados, Alimentos e Bebidas” registrou variação de 0,3% no mês na série dessazonalizada. Na série sem ajuste, a variação acumulada em 12 meses foi de 1,6%.

Já a categoria de “Tecidos, Vestuários e Calçados” também cresceu 0,3% no mês, expurgados os efeitos sazonais. Nos dados acumulados em 12 meses houve alta de 4,6%.

Por fim, o segmento de “Combustíveis e Lubrificantes” apresentou queda de 0,3% em outubro considerando dados dessazonalizados, enquanto, na série sem ajuste, a variação acumulada em 12 meses foi de -0,2%.

Os dados, portanto, parecem apontar para a consolidação de uma ligeira tendência de aceleração do movimento do comércio, impulsionada, principalmente, pelo crescimento do crédito e pelos saques dos recursos do FGTS.

Ainda assim, é preciso ressaltar que os efeitos dos recursos do FGTS rapidamente se dissiparão – assim como em 2017 – sem uma melhora substancial da dinâmica do mercado de trabalho e do comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas.

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