Em reunião virtual realizada pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Governo do Estado e prefeitos do agreste traçaram a estratégica conjunta de atuação para conter o avanço dos casos de Covid-19 na região, na manhã de ontem (25) .
O objetivo é reforçar a adoção das medidas restritivas previstas no Decreto Estadual nº50.752/2021 e intensificar a fiscalização do cumprimento do isolamento social e das medidas sanitárias para o período.
“Ontem participamos de reunião com o Governo do Estado, Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa e tivemos acesso aos números que demonstram um novo aumento de casos, internações e mortes. São dados que devem ser tratados com responsabilidade e transparência e nos incitam a ir ao encontro da sociedade para defender a importância das medidas restritivas, que o mundo já mostrou serem eficazes. De nossa parte, o Ministério Público vai cobrar, com diálogo, a adoção das medidas sanitárias e a articulação das Guardas Municipais, das Vigilâncias Sanitárias, dos Procons e das polícias para coibir aglomeração nas áreas urbanas e rurais. Não podemos permitir que as pessoas sigam sem usar máscara, que façam festas clandestinas na zona rural e desrespeitem deliberadamente as restrições necessárias. “, salientou o procurador-geral de Justiça Paulo Augusto de Freitas ao se dirigir aos prefeitos e secretários de Saúde presentes.
Sobre esse aspecto, o governador Paulo Câmara apontou que a Secretaria Estadual de Defesa Social já está mobilizando efetivos para intensificar o trabalho de fiscalização de aglomerações irregulares.
A adoção das medidas restritivas também foi o foco da fala do governador Paulo Câmara, que destacou a necessidade de as gestões municipais trabalharem para frear a disseminação do novo Coronavírus.
“As medidas mais rígidas são necessárias para conter a procura por leitos. Estamos trabalhando para abrir leitos e reforçar a vacinação, mas os números só vão cair com a redução da circulação do vírus”, afirmou o governador. Ele também apontou que o Governo do Estado já oficiou o Ministério da Saúde para solicitar o envio de testes para a região do Agreste pernambucano.
Já o secretário estadual de Saúde, André Longo, alertou que muitos municípios da região passam por um pico histórico de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e que as medidas restritivas precisam ser enérgicas para reverter o aumento de casos.
Além da falta de leitos, a ausência de insumos como oxigênio e EPIs foi um assunto levantado pelos prefeitos. José Martins, prefeito de João Alfredo, afirmou que no mês de maio foi registrado um aumento significativo do uso de oxigênio, com uma média de 20 cilindros por dia.
Sobre esse tema, o procurador-geral de Justiça observou que desde o início da pandemia, o MPPE vem cobrando dos municípios a criação e execução dos planos municipais de combate à pandemia e que um dos elementos desse planejamento é a aquisição e gestão dos insumos hospitalares, ampliação de leitos de retaguarda, entre outras ações complementares ao Estado.
“Vamos nos reunir com os promotores das cidades abrangidas pelo Decreto Estadual nº50.752/2021, a fim de acompanhar a capacidade instalada das unidades de saúde, sobretudo o gerenciamento de oxigênio, a presença das equipes multiprofissionais das unidades de saúde e a continuidade da vacinação. É com essa mudança de atitude que vamos vencer o Coronavírus”, resumiu Paulo Augusto de Freitas.