Dois policiais foram punidos em Bangladesh pela suspeita de que forçaram uma mulher a se casar com um dos homens que ela acusou de estupro em grupo, informaram as autoridades locais.
Uma mulher, mãe de três filhos, apresentou uma denúncia na segunda-feira: ela afirma que cinco homens a deixaram presa em um quarto e a estupraram de forma repetida entre 29 e 31 de agosto no distrito de Pabna, norte de Bangladesh.
De acordo com informações do jornal Daily Star, que citou o irmão da vítima, ela foi obrigada a assinar documentos para divorciar-se de seu marido e casar com o principal suspeito. A polícia investigou as denúncias e indicou que o matrimônio parecia uma tentativa de impedir a apresentação de acusações contra os suspeitos.
“Suspendemos o subinspetor Ekramul Haq por facilitar o matrimônio entre a vítima e um dos supostos estupradores, que é o principal acusado”, declarou à AFP Mohamad Ibne Mizán, vice-comandante da polícia de Pabna. “Também afastamos de suas funções o oficial que dirigia a delegacia de Pabna Sadar depois que autorizou o casamento nas dependências policiais”, completou.
As forças de segurança prenderam quatro pessoas relacionadas ao caso, incluindo três supostos estupradores. Um dos acusados é um dirigente local do partido governante, a Liga Awami, segundo o Daily Star.
Os ativistas dos direitos humanos afirmam que os estupros em grupo aumentaram no país nos últimos anos. Denunciam também um sistema judicial ineficiente, no qual raros casos de estupro terminam em condenações.