As mulheres se envolvem menos em acidentes fatais de trânsito. Segundo o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, programa do Governo de São Paulo responsável pela gestão do Infosiga SP, apenas uma em cada cinco vítimas são mulheres. E a explicação está no comportamento mais prudente e na tendência de menor agressividade e competição nas ruas e estradas.
“Certamente, a relação de homens e mulheres com os veículos é muito diferente. Na maioria dos casos, vítimas do sexo feminino são pedestres ou passageiras, em pouquíssimos casos conduzem veículos em acidentes fatais”, explica a coordenadora do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, Silvia Lisboa.
Enquanto 93,1% dos condutores vítimas de acidentes são do sexo masculino, entre as mulheres esse índice é de apenas 6,4%. O principal tipo de acidente que vitimam as mulheres são os atropelamentos, que correspondem a 40% das fatalidades nesse grupo.
Prudência e paciência
Segundo Silvia Lisboa, fatores como agressividade e prática de infrações estão diretamente relacionados ao aumento de risco de acidentes de trânsito. “A agressividade tende a ser maior entre os homens e isso reflete em seu comportamento no trânsito”, analisa. “Basta ver a diferença de reação diante de uma ‘fechada’ ou acidentes. O homem sente-se agredido e tende a revidar. Já a mulher pode até reclamar, mas traz para si a responsabilidade e assume o dano”.
Outra característica feminina é a menor propensão a assumir riscos. “Mulheres são mais cautelosas, o que não quer dizer que sejam menos audazes. Mas elas tendem a considerar sempre as situações de risco e antever possíveis problemas no trajeto”, avalia a coordenadora do Movimento Paulista.
Exemplo a ser copiado
Segundo levantamento do Infosiga SP, o comportamento de condutores e pedestres é o maior fator de risco. Em 94% dos acidentes fatais, a falha humana é a principal causa, o que aponta para a necessidade de se ter mais cuidado e paciência no trânsito.
As estatísticas do Infosiga SP revelam, ainda, que quase metade das ocorrências fatais são colisões contra outros veículos. “Isso reflete o alto nível de competição e imprudência por parte dos condutores em geral”, destaca Silvia. “As mulheres, em sua maioria, nos dão o exemplo de como devemos nos comportar para evitar acidentes e fatalidades. Paciência, civilidade ao compartilhar o espaço e se colocar no lugar do outro são atitudes que devem marcar nosso comportamento em qualquer situação, principalmente no trânsito”, conclui.
Sobre o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito
Programa do Governo do Estado de São Paulo, tem como principal objetivo reduzir pela metade os óbitos no trânsito no Estado até 2020. Inspirado na “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o período de 2011 a 2020, o comitê gestor do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito é coordenado pela Secretaria de Governo e composto por mais nove secretarias de Estado: Casa Civil, Segurança Pública, Logística e Transportes, Saúde, Direitos da Pessoa com Deficiência, Educação, Transportes Metropolitanos, Planejamento e Gestão, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. As secretarias são responsáveis por construir um conjunto de políticas públicas para redução de vítimas de acidentes de trânsito no Estado.
O Movimento Paulista de Segurança no Trânsito envolve também a sociedade civil com o apoio de empresas – Abraciclo, Ambev, Arteris, Banco Itaú, CNseg, ProSimulador e Raízen – e do Centro de Liderança Pública (CLP).