O Museu Nacional estará parcialmente de portas abertas em 2022, quando se comemora o bicentenário da Independência. A estimativa é dos envolvidos no projeto de recuperação, que deu um passo importante nesta terça-feira (3) com a assinatura do termo da estrutura de governança, incluindo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Fundação Vale e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Em solenidade realizada no Campus da Praia Vermelha da UFRJ, foi anunciado que já foram captados R$ 164 milhões, dos R$ 340 milhões necessários para as obras de reconstrução, depois da tragédia de setembro de 2018, quando um incêndio liquidou o acervo histórico e quase fez ruir as fachadas.
“Estamos assinando um termo de cooperação com a Fundação Vale, Unesco e UFRJ, com a Vale já aportando R$ 50 milhões nesse novo modelo de governança. Já arrecadamos cerca de metade do que é necessário. Nós temos o orçamento até 2022. A partir daí, [para financiar] toda a arquitetura interna, a recomposição do acervo e as exposições, nós precisaremos de mais aportes financeiros”, disse a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho.
A reabertura plena da instituição só deverá ocorrer em 2025. O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, considerou que os recursos já garantidos são um bom começo, mas lembrou que ainda há uma longa jornada pela frente, quando serão necessários maiores aportes financeiros, para recuperar, ainda que parcialmente, a importância que o Museu Nacional possuía.
“Um dos desafios é a recomposição das nossas coleções e isso não conseguimos fazer só com as pessoas daqui. Precisamos de auxílio externo. Tivemos uma carta-aberta, publicada por 26 instituições científicas alemãs, se comprometendo a ajudar o museu e ponderando a possibilidade de doar novos exemplares. Porém, nós temos que merecer isso. Só quando tivermos um palácio com as melhores condições de segurança, para que tragédias como a de 2 de setembro de 2018 não aconteçam jamais”, destacou Kellner.
Dos R$ 164 milhões aportados, R$ 55 milhões são provenientes de emendas de deputados federais, R$ 50 milhões da Vale, R$ 21 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 20 milhões da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e R$ 16 milhões do Ministério da Educação (MEC). Os valores são arredondados.
A Unesco foi representada por sua diretora e representante no Brasil, Marlova Jovchelovich Noleto. A Vale contou com a presença de seu diretor-executivo de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade, Luiz Eduardo Osório, que também é presidente do Conselho Curador da Fundação Vale.