Por Magno Martins
No PSB, Fernando é o cara Escolhido, ontem, por unanimidade da sua bancada, líder do PSB no Senado, formada por sete senadores, o pernambucano Fernando Bezerra Coelho só tem colhido vitórias desde que seu nome foi incluído entre os investigados na operação Lava Jato.
Ele se diz absolutamente tranquilo em relação ao processo que está no Supremo Tribunal Federal e vai tocando seus projetos políticos de cabeça erguida e com muito sucesso. A primeira e mais robusta conquista se deu com a ida do seu filho, o deputado federal licenciado Fernando Coelho Filho, para o Ministério de Minas e Energia.
Aos que imaginavam que o jovem, por não ter formação no complexo setor, não se sairia bem, a surpresa: o ministro é visto no Governo e fora da Praça dos Três Poderes como uma grata revelação. Tratado como adversário pelo PSB de seu Estado, sem espaço no Governo Paulo Câmara, o senador se aliou ao núcleo do partido em São Paulo para derrotar o candidato do governador a líder na Câmara, Tadeu Alencar.
A aliança resultou na escolha de Teresa Cristina, do PSB do Mato Grosso do Sul, com uma frente de oito votos, cabalados pelo vice-governador de São Paulo, Marcio França e o próprio Fernando, responsável pelo voto do dissidente João Fernando Coutinho. Há muito, o núcleo do PSB pernambucano não sofrera retumbante derrota. Paralelamente, Fernando construiu sua eleição também de líder do PSB, desta feita no Senado. Ao evitar disputa e ter à unanimidade dos sete senadores ao seu lado, deu mais outra demonstração de poder e de liderança.
O cargo lhe proporcionará mais visibilidade na mídia nacional, deixando-o, consequentemente, mais próximo do que já está do presidente Temer. Todos esses passos vitoriosos, mesmo num momento tão delicado com o avanço da operação Lava Jato, permitem que Fernando seja transformado de fato e de direito na mais expressiva liderança socialista no Congresso. Até porque a interlocução do PSB com o Governo passa por ele, numa dobradinha com o núcleo forte de São Paulo e com a líder que ajudou a eleger na Câmara. Se o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, chefes da capitania hereditária do PSB em Pernambuco, negaram um mínimo de espaço a Fernando Bezerra pensando que o fragilizaria politicamente, apostaram muito mal.
O senador é cobra criada. Se conseguir sair ileso das acusações na Lava Jato, num espaço de tempo que ainda não se sabe, certamente se constituirá, em voo solo ou em aliança com a chamada nova oposição, personagem relevante na sucessão estadual de 2018.