O Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20, vai ser comemorado em Fernando de Noronha com a II Semana da Consciência Negra, que será realizada de 19 a 27 de novembro. A iniciativa é uma ação conjunta, organizada pela Administração da ilha, através das superintendências de Turismo, Cultura e Esportes, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e Educação, além do Golfinho Rotador. A abertura do evento acontece no dia 19, na praça São Miguel, com apresentação do Maracatu Nação Noronha, além de shows de Wilker Brasileiro e Banda, roda de capoeira e uma feirinha com comidas de origem afrodescendente.
No dia 20, a celebração da data está incluída na programação oficial do II Fórum de Turismo de Fernando de Noronha, com a presença da coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Carolina Alves. Ela reforçou a importância de fortalecer a pauta racial também dentro do setor turístico.
“Nessa data, na qual nós, povos afrodescendentes, homenageamos a nossa ancestralidade, história e cultura, damos destaque à relevância na formação sociohistórica do Brasil. Então, durante a Semana da Consciência Negra, estaremos propondo várias atividades, com o intuito de fortalecer as diversas formas de expressão, construindo uma consciência racial que toda a sociedade precisa ter”, enfatizou.
Para o superintendente de Turismo, Cultura e Esportes, Thiago Correia, essa data, por sua importância, precisa de maior visibilidade. “Essa data é de extrema relevância e precisa ser discutida, principalmente diante do contexto social que vivemos atualmente”, disse.
Ainda na noite do dia 20, acontece o Cortejo do Maracatu Nação Noronha, com concentração às 20h30, saindo da praça Flamboyant e seguindo até o Centro Cultural Dona Nanete. No dia 23, terá a exposição Afrocentrado Noronha, com 18 autorretratos, em painéis que trazem a imagem de antigas famílias negras do arquipélago, com textos explicativos sobre a sua formação.
“A II Semana da Consciência Negra é um momento para a gente discutir a importância da população negra afrodescendente na construção do Brasil e na construção de Fernando de Noronha, valorizando cada indivíduo e cada família, de modo a minimizar os impactos do racismo estrutural que existe na nossa sociedade, valorizando essas comunidades e essas pessoas”, relatou José Martins, que faz parte do Golfinho Rotador, um dos parceiros da Administração.
A programação ainda inclui atividades culturais, sociais e de educação. Dayse Rodrigues é pedagoga e especialista em educação antirracista, da Administração de Noronha, e está à frente de uma oficina, no dia 25, com o tema “Você sabe declarar sua raça/cor?”. “Iremos realizar uma oficina falando sobre a importância da autodeclaração, para que a gente entenda como é a classificação racial no Brasil e como a gente se autodeclarar de forma correta impacta, pois a não reflexão sobre isso faz com que a gente perca benefícios, além de perpetuar uma grande questão sobre a nossa própria identidade”, finalizou.