*por Arley Gonzalis
Uma das políticas mais conhecidas e consolidadas no setor de Óleo e Gás está prestes a mudar. Trata-se da metodologia de contratação da inspeção de terceira parte diretamente pela Petrobras para seus ativos, que desde os anos 60 movimenta o mercado com certificações específicas para atendimento às suas diretrizes. Essa sempre foi uma das parcerias mais almejadas pelas agências de inspeção de terceira, seja pela solidez do parceiro ou mesmo pelos desafios técnicos.
A primeira grande mudança foi a alteração da mantenedora da certificação de pessoal, ao transferir a responsabilidade da Petrobras, por meio do Sequi, à Abendi, através do Sistema Nacional de Qualificação e Certificação (SNQC). Desde então, os novos cenários econômicos e políticos – internacional e, principalmente, nacional – encabeçaram outras mudanças dentro do setor de Óleo e Gás e, especialmente, nas operações da Petrobras tanto em busca de novos investimentos quanto no reestabelecimento da credibilidade junto ao mercado.
Diante disso, recentemente a Petrobras iniciou uma mudança em sua metodologia de contratação de inspeção de terceira parte, transferindo esta responsabilidade, que hoje pertence a ela, para seus fornecedores. Somente esta transferência para seus fornecedores não satisfaz totalmente o mercado, especialmente no tocante à credibilidade e confiabilidade esperada pela estatal. Com isso, em parceria firmada com o Inmetro, tem início a nova política de contratação de inspeção de terceira parte.
Valendo-se da sua experiência técnica, do know-how e credibilidade do Inmetro e suas divisões de acreditação, em especial a Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (Cgcre), para programas de inspeção e consultas com os principais players do mercado de inspeção, em especial a Intertek, foi desenvolvida uma especificação técnica. Trata-se de Requisito Geral da Qualidade de Bens, a Especificação Técnica, ET-0000.00-0000-972-1AL-001, que norteia o que os fornecedores e empresas de inspeção de terceira parte que desejam atuar no programa devem seguir. Requisitos específicos estão sendo definidos, em conjunto com a Cgcre e agências de inspeção de terceira parte e serão utilizados como referência para a execução dos trabalhos.
Entre as novidades destacadas tanto na ET quanto nas discussões do comitê, destacam-se as qualificações exigidas para as empresas de inspeção de terceira parte, a fim de tornar o processo confiável. Inicialmente, devido a urgência na demanda para inspeção dos seus ativos, para se tornar uma empresa de inspeção elegível para participar do programa, e mesmo assim selecionando aquelas com maior credibilidade e potencial, será necessário ter a certificação ISO 9001:2015 e contar com profissionais certificados pelo sistema SNQC em seu quadro.
Contudo, à medida que as informações forem consolidadas, entre Petrobras e Cgcre, será disponibilizado para o mercado um programa exclusivo de acreditação, utilizando como referência a norma ISO 17020: 2012 e diretrizes específicas desenvolvidas pela parceria, permitindo que somente, e impreterivelmente, empresas acreditadas pela Cgcre estejam aptas a realizar serviços de inspeção de terceira parte para a Petrobras.
É extremamente importante conhecer a experiência das agências de inspeção de terceira parte, como, por exemplo, a Intertek, tanto do ponto de vista técnico quanto ao atendimento das diretrizes da norma ISO 17020: 2012 e seu relacionamento com Inmetro e suas divisões de acreditação. Assim, poderá garantir que seu negócio e, consequentemente suas operações, não seja impactado, uma vez que a partir da primeira empresa acreditada pela Cgcre, somente empresas acreditadas poderão ser elegíveis para realização de serviços de inspeção onde o cliente final seja a Petrobras.
Portanto, é preciso ter um parceiro com experiência nos requisitos e processos do Inmetro, pois assim certamente não terão seus negócios prejudicados.
*Arley Gonzalis é Gerente de Operações da Intertek Industry Services. http://www.intertek-br.com/