No último ano, o número de criadores pernambucanos registrados pela Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) cresceu 30%. Com essa alta, o Estado passou a contar com 464 criadores que reúnem um total de 17.630 cavalos registrados pela entidade nacional.
A expansão do número de criadores em Pernambuco segue uma tendência verificada em todo o País como fruto de uma larga campanha de divulgação da raça feita pela ABCCMM em nível nacional.
Além disso, Pernambuco e Bahia são reconhecidos como berço do Mangalarga de marcha picada, uma das modalidades de andamento da raça. Isso porque, antes da marcha picada ser reconhecida oficialmente, os criadores do Estado já realizavam o melhoramento genético dos animais com essa característica e participavam de disputas regionais.
“Quando a oficialização ocorreu em 2004, nós já tínhamos uma experiência com seleção genética acumulada em mais de cinco anos”, afirma o presidente da Associação dos Criadores em Pernambuco (ABCCMM-PE), Renato Fragoso.
O crescimento desse segmento também pode ser observado nos eventos onde os animais participam de disputas para a escolha dos melhores exemplares da raça e são comercializados em leilões.
Na 3ª Exposição Camaragibe de Mangalarga Marchador, que acontecerá de 27 a 31 de março, no Haras Cascatinha, em Aldeia, deverão participar 250 cavalos, 13% a mais que no ano anterior. O evento é a terceira maior exposição em números de cavalos do Brasil.
Segundo Renato Fragoso, o número de adeptos da raça no Brasil e no exterior dever continuar crescendo, isso porque o Mangalarga Marchador tem como característica única a sua marcha, um passo acelerado que transporta o cavaleiro de maneira cômoda, sem os impactos dos cavalos de trote.
O Mangalarga Marchador foi reconhecido como raça nacional através da Lei nº 12.975, de 2014. Criada em Minas Gerais, há dois séculos, a raça conta hoje com mais de 16.500 criadores associados a ABCCMM, que reúnem 602.248 animais registrados.
Os primeiros exemplares surgiram no sul de Minas Gerais, por volta de 1812, a partir do cruzamento de cavalos da raça Alter-Real – trazidos de Alter do Chão, em Portugal, pelos nobres da Corte e pelo próprio imperador D. João VI – com outros cavalos selecionados pelos criadores daquela região mineira. Os cruzamentos dessas raças deram origem a animais de porte elegante, beleza plástica, temperamento dócil e próprios para a montaria.