Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente da Odebrecht afirmou que o senador tucano Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, pediu R$ 15 milhões na campanha eleitoral de 2014. Odebrecht disse ainda que, em um primeiro momento, teria negado o pedido sob o argumento de que o valor era muito alto. No entanto, Aécio sugeriu que o valor fosse fatiado em pagamentos a seus aliados. Marcelo Odebrecht, de acordo com informações divulgadas no jornal O Estado de S. Paulo, disse que, ao tucano, as doações foram oficiais.
O depoimento do ex-executivo foi realizado nessa quarta-feira (1) no âmbito da Ação de Investigação Judicial (Aije) que apura irregularidades na chapa Dilma/Temer. Os detalhes das declarações foram divulgadas em reportagem no jornal O Estado de S. Paulo divulgada na tarde desta quinta-feira (2).
De acordo com o ex-presidente da Odebrecht, Aécio sempre pediu dinheiro para campanhas e, em 2014, pelo menos três ocasiões foram lembradas pelo empreiteiro. Um doação teria sido feita antes da campanha, de valor não informado; uma durante a campanha, no valor de R$ 5 milhões; e o pedido de R$ 15 milhões feito no final do primeiro turno.
Apesar da menção dos R$ 15 milhões, “Odebrecht disse ter sido informado que o aporte financeiro acabou não se concretizando”, diz trecho da reportagem. No entanto, o repasse seria discutido posteriormente entre Sérgio Neves, superintendente da Odebrecht em Minas, e o empresário Oswaldo Borges, apontado como tesoureiro de Aécio. O valor mencionado por Marcelo Odebrecht bate com total recebido pelo partido em doações eleitorais da empreiteira na campanha de 2014.