Wagner Gil
Três depoimentos que vão acontecer a partir de hoje encerram a fase de ouvidas dos vereadores envolvidos na Operação Ponto Final, deflagrada em dezembro de 2013 pela Secretaria de Defesa Social e que resultou no afastamento e prisão de dez parlamentares.
Na semana passada quatro edis foram ouvidos: Louro do Juá (SD), na última segunda-feira (10); Neto (PMN), na terça (11); Val de Cachoeira Seca (DEM), na quarta (12); e, em seguida, Val das Rendeiras (Pros). Os vereadores que ainda faltam dar suas explicações são Sivaldo Oliveira (PP), nesta segunda (17) a partir das 9h, Cecílio (PTB), na terça (18); e Jajá (sem partido), na sequência.
Antes de algumas ouvidas que ocorreram um dos advogados dos legisladores acusados conversou com o VANGUARDA. “As ouvidas de nossos clientes foram bastante proveitosas e ajudaram a Justiça a entender que eles não estavam cobrando nada. Não existem provas de que eles receberam dinheiro para votar qualquer projeto. Inclusive tem gente sendo acusada de ter votado contra, quando votou a favor”, disse o advogado Émerson Leônidas, criminalista que coordena a equipe de mais quatro advogados nessa fase de processo criminal.
Um dos vereadores que teriam votado pela aprovação do BRT foi Sivaldo Oliveira, que era da base. Os depoimentos não foram acompanhados pela imprensa, mas os vereadores e a defesa têm batido em duas teclas importantes e que acreditam que darão resultados significativos: ‘armação para acabar com a oposição na cidade’ e também a ‘quebra de sigilo pelos principais envolvidos’.
Há três semanas, os edis entregaram trecho de algumas gravações que foram autorizadas pela Justiça, com diálogos entre o prefeito José Queiroz (PDT), o então secretário de Relações Institucionais, Marco Casé (PTB), além de pessoas próximas e servidores municipais. A intenção, neste caso, foi comprovar a quebra do sigilo, já que várias pessoas que não estavam envolvidas nas investigações comentaram sobre a operação, segundo a defesa.
” Tenho quase certeza que esse processo será resolvido ainda este ano. Com o fim dos depoimentos dos vereadores ocorrendo na próxima semana, só faltarão algumas testemunhas que poderão ser ouvidas através de carta precatória”, informou Leônidas.
Entre as testemunhas que serão ouvidas através de carta estão o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), o deputado estadual Tony Gel (PMDB), o senador Armando Monteiro Neto (PTB), além de alguns delegados de polícia que atuaram na Operação Ponto Final.
“Algumas dessas testemunhas já foram ouvidas e acredito que esse processo também é rápido”, disse o advogado. Se depender da defesa, essa sentença ocorre ainda este ano, desde que não haja prejuízo para as partes. Se precisarmos de diligências, iremos fazê-las”, completou.
Esse processo, que causou repercussão na mídia nacional, já mobilizou mais de 150 testemunhas. Nessa fase de ouvidas, cada depoimento tem demorado entre três e cinco horas.